Uma rua da cidade de Saratoga, no estado norte-americano da Califórnia, foi, este domingo, batizada com o nome de Aristides de Sousa Mendes. A decisão surge como uma forma de homenagear o antigo consul português que salvou milhares do Holocausto.
Uma rua da cidade de Saratoga, no estado norte-americano da Califórnia, foi, este domingo, batizada com o nome de Aristides de Sousa Mendes. A decisão surge como uma forma de homenagear o antigo cônsul português em Bordéus que, durante a Segunda Guerra Mundial, salvou a vida a milhares de refugiados – entre os quais judeus – de diversas nacionalidades, ajudando-os a sair de França em 1940 e a fugir do Holocausto.
De acordo com o Consulado Geral de Portugal em São Francisco, o evento foi organizado pela Congregação Beth David e contou com a presença de vários representantes da Fundação Aristides de Sousa Mendes, bem como familiares e descendentes do diplomata, e ainda o “mayor” de Saratoga e o cônsul geral português Nuno Mathias.
Após a cerimónia de inauguração da Rua Aristides de Sousa Mendes, foi também exibido o filme “Desobediência”, que incide sobre a vida desta figura emblemática portuguesa, explica o Consulado, acrescentando que a cerimónia “permitiu dar a conhecer um pouco mais” sobre Sousa Mendes, “motivo de orgulho para todos os portugueses, em particular aqueles que residem na Califórnia”.
Aristides de Sousa Mendes nasceu no Carregal do Sal, em Viseu, em 1885, no seio de uma família aristocrática rural, católica, conservadora e monárquica.
Nomeado cônsul de Portugal em Bordéus por António de Oliveira Salazar nas vésperas da segunda grande guerra, Sousa Mendes notabilizou-se, precisamente, por ter desafiado ordens expressas do ministério dos Negócios Estrangeiros nacional, concedendo 30 mil vistos de entrada em Portugal aos refugiados que queriam fugir de França em 1940.
A ação valeu-lhe mesmo a alcunha de “Schindler português” em referência a Oskar Schindler, empresário alemão que, também durante a Segunda Guerra M undial, salvou 1.200 trabalhadores judeus do Holocausto – os elementos da famosa “Lista de Schindler” – convencendo os administradores do campo de concentração de Plaszow de que necessitava dos seus serviços e transferindo-os para a sua cidade natal, onde os colocou numa fábrica adquirida por si.