Um único anticorpo pode diminuir e até fazer desaparecer tumores presentes em sete tipos diferentes de cancro, de acordo com um estudo de investigadores norte-americanos.
Um único anticorpo pode diminuir e até fazer desaparecer tumores presentes em sete tipos diferentes de cancro. A conclusão é de um estudo de uma equipa da Stanford University School of Medicine, nos EUA, publicado recentemente.
Os investigadores norte-americanos, coordenados por Robert Weinberg, descobriram que o anticorpo em questão é capaz de bloquear uma proteína, a CD47, que está presente nas células cancerígenas e que as protege.
Os especialistas começaram por recolher amostras de vários tumores humanos – de ovários, mama, cólon, bexiga, cérebro, fígado e próstata – e verificaram que todas as células cancerígenas analisadas tinham uma expressão mais elevada da proteína CD47 do que as células saudáveis.
A equipa de Weinberg observou também que os indivíduos cujas células cancerígenas expressam níveis mais elevados desta proteína tendem a viver menos tempo do que os que apresentam valores mais baixos. Consequentemente, estes níveis podem ser uma importante ferramenta de diagnóstico.
Depois de obtidos estes dados, os investigadores implantaram as várias células tumorais humanas recolhidas em ratos e, duas semanas mais tarde, trataram-nos com o anticorpo anti-CD47.
Anticorpo conseguiu curar cinco animais
A partir do momento em que este anticorpo lhes foi administrado, Robert Weinberg e os colegas observaram que a maioria dos tumores começou a encolher ou mesmo, em alguns casos, a desaparecer nas primeiras semanas após o início do tratamento.
Num dos casos, o tratamento foi mesmo capaz de curar cinco animais que albergavam as células cancerígenas humanas da mama. Após o tratamento do tumor a administração do anticorpo foi descontinuada e, quatro semanas mais tarde, não havia sinais de recorrência do tumor.
Os investigadores verificaram ainda que mesmo em situações em que os tumores eram altamente agressivos, o anticorpo também foi eficaz, bloqueando as metástases.
Em comunicado de imprensa, Irving Weissman, um dos autores do estudo, salientou que “estes resultados mostram que a proteína é um legítimo e promissor alvo terapêutico para o tratamento do cancro”.
Já Robert Weinberg defendeu que os “resultados são muito entusiasmantes” e mostrou-se confiante em relação ao futuro, afirmando que as conclusões “vão despoletar, certamente, uma onda de investigação desenhada para converter esta estratégia em terapias úteis”.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado no Proceedings of The National Academy of Sciences (em inglês).