Ciência

Antártida: Portuguesa ajuda a descobrir novas espécies

Uma estrela-do-mar de sete pontas, um misterioso polvo de cor cinzenta e um novo tipo de caranguejo yeti fazem parte das espécies encontradas por uma expedição internacional às fontes hidrotermais da Antártida.
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Uma estrela-do-mar de sete pontas, um misterioso polvo de cor cinzenta e um novo tipo de caranguejo yeti fazem parte das espécies encontradas por uma expedição internacional às fontes hidrotermais da Antártida que contou com a participação da investigadora portuguesa Ana Hilário.

A investigação –  liderada por uma equipa da universidade britânica de Oxford mas onde participaram cientistas dos Estados Unidos, Escócia, Espanha e Portugal – realizou-se com base em três cruzeiros oceanográficos que se realizaram em 2009, 2010 e 2011.

Image and video hosting by TinyPic Ana Hilário (na foto), bióloga da Universidade de Aveiro especializada em Estudos Marinhos, seguiu a bordo do primeiro cruzeiro do navio James Clark Ross, integrando a expedição que permitiu “detetar as colunas hidrotermais”, explicou a investigadora ao Boas notícias.

Nos cruzeiros seguintes foi utilizado um veículo de operação remota (ROV, sigla em inglês) para colher amostras. As espécies, cuja descoberta foi publicada em Dezembro na revista PloS Biology, foram vistas pela primeira vez em 2010, quando o primeiro veículo robótico desceu a cordilheira submarina Dorsal da Scotia Oriental, nas profundezas do Oceano Atlântico Sul, entre a Antártida e o extremo da América do Sul.

A investigadora contou que os resultados da investigação foram surpreendentes: “As comunidades que encontrámos são completamente diferentes de todas as outras que se conheciam, não só os animais são quase todos novos para a ciência como também a combinação de espécies é diferente de tudo o que até agora se conhecia”.

Nova província biogeográfica

Por outro lado, os investigadores ficaram surpreendidos por não terem encontrado ali a fauna típica das fontes hidrotermais de outros oceanos. “Muitos animais como os mexilhões, caranguejos e camarões que são encontrados nas fontes hidrotermais dos outros oceanos simplesmente não foram ali encontrados”, explica Ana Hilário ao Boas Notícias.

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A investigadora salienta que isso leva a equipa a considerar “esta região como uma nova província biogeográfica para este tipo de espécies”. Uma ideia que os cientistas vão agora começar a estudar, a partir da descrição e catalogação das novas espécies.

As primeiras fontes hidrotermais foram descobertas nos anos setenta e desde aí estes ecossistemas têm fascinado os cientistas por se revelarem extremamente ricos e únicos. Os respiradouros hidrotérmicos jorram líquido a temperaturas que podem atingir os 400ºC e que, em contacto com a água fria, dão origem ao “fumo” negro.

Também no mar dos Açores existe uma larga extensão de fontes hidrotermais parte das quais foram descobertas, este Verão, por uma expedição irlandesa a mais de 3.000 metros abaixo da superfície do mar.

Clique AQUI para aceder ao link de Oxford.

[Artigo sugerido por Maria Manuela Mendes e Patrícia Guedes]

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