Um vinho produzido na Região Demarcada do Douro foi leiloado em Luanda pelo valor mais elevado de sempre para um vinho português: 14.800 euros.
Um vinho produzido na Região Demarcada do Douro foi leiloado em Luanda pelo valor mais elevado de sempre para um vinho português: 21.600 dólares, o equivalente a 14.800 euros. A receita obtida com a venda da garrafa de 18 litros do vinho tinto Benfeito (2008) da empresa Olivewine vai reverter a favor da proteção da palanca negra, animal símbolo de Angola e em vias de extinção.
Durante quase uma hora, Manuel Silva, administrador de uma das maiores empresas de venda de vinhos a retalho em Angola, e Carlos Andrade, administrador da SeaTrade e um dos acionistas da OliveWine, disputaram a garrafa em leilão no jantar de lançamento do vinho Benfeito no país africano, que contou com a presença de cerca de 100 personalidades angolanas.
O vinho acabou por ser arrematado pelo primeiro por um valor inédito. No entanto, “para a palanca não há preço”, disse Manuel Silva ao Jornal do Norte, acrescentando que a nova garrafa já foi colocada junto da sua coleção privada de vinhos, uma vez que se trata de “uma relíquia”.
Os dois enólogos a quem pertence a autoria do vinho, Pedro Sequeira e Ricardo Guerra, congratularam-se com o sucesso do néctar português. “Esta é uma notícia muito importante para os vinhos portugueses, mas sobretudo para a região do Douro. No rótulo do Benfeito damos bastante ênfase à origem do vinho, sublinhamos que é feito na mais antiga Região Demarcada do Mundo, atualmente reconhecida pela UNESCO como património da Humanidade”, sublinha Pedro Sequeira ao mesmo jornal.
Já para Ricardo Guerra, “os resultados do leilão vão ajudar muito a impulsionar as vendas do vinho Benfeito, mas também dos restantes vinhos portugueses” que são, atualmente, destinados sobretudo a Angola, que absorve 27% do volume e 17% do valor das exportações.
Um vinho solidário
De sublinhar que o Benfeito é um projeto que vai além da mera produção de vinho. Elaborado a partir de vinhas velhas e criado por quatro amigos, tem como objetivo a exportação e a elevação do nome do Douro mas também o apoio a causas sociais em cada país de destino.
Segundo os responsáveis, há já outras nações em vista além de Angola, nomeadamente Brasil e China, onde os vinhos terão rótulos originais “de acordo com as causas locais” que irão ser apoiadas e às quais será direcionada uma parte da venda das garrafas.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]