Cultura

André Murraças revisita “Os Pássaros” de Hitchcock

"Os Pássaros" é um espectáculo de André Murraças, baseado no filme de Alfred Hitchcock. O encenador mantém o ataque das aves a uma povoação, a ideia de terror, mas transporta a história para uma Lisboa dos dias de hoje.
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“Os Pássaros” é um espectáculo de André Murraças, baseado no filme de Alfred Hitchcock. O encenador mantém o ataque das aves a uma povoação, a ideia de terror, mas transporta a história para uma Lisboa dos dias de hoje. A peça está em cena no Pequeno Auditório do CCB de 7 a 10 de Dezembro. 

A ação decorre num cenário pós-apocalítico, duas semanas depois de terem começado inexplicáveis ataques de pássaros aos humanos. Estamos numa casa, algures nas imediações de Lisboa, onde um Homem (Rui Morrison), conhecido pelas memórias que escreve, acolhe um Rapaz (André Patrício) saído do movimento dos indignados.
 
Os dois sobrevivem do que pilham das casas dos mortos nas redondezas,e tentam proteger-se das investidas bestiais. Um dia, uma sensual Mulher (Patrícia Roque) entra, perdida e alucinada. Foi atacada e precisa de abrigo. É ela quem vai abanar a história, quando o seu anseio mais humano questiona o que é que, num cenário de caos, valerá a pena salvar. Mas a ameaça maior está lá fora. E “Os Pássaros” estão sempre a atacar. Pelo meio, sobrevive-se.
 
O espetáculo dirigido por André Murraças procura questionar valores sociais, através de um texto que usa a atual situação económica e política do nosso país para falar dos medos da humanidade, do peso do passado e da incógnita do futuro.
 
Esta revisitação de ““Os Pássaros”” pretende trazer para o teatro aquele universo de tensão, tão rico em termos de composição de personagens. Dramaturgicamente, o espetáculo traz para o palco aquilo que o cinema já deu ao espetador: o confronto com imagens graficamente perturbadoras, e um terror na linguagem e no estado de espírito das personagens.
 
O espetáculo propõe ainda recuperar, para além da transposição de elementos cinematográficos para palco (efeitos especiais, câmaras, iluminação), o visual que tanto marca os filmes de Hitchcock, embora com identidade própria. O cenário e o guarda-roupa, também assinados por André Murraças, são cuidados e trabalhados, sobretudo a imagem da mulher fatal: como se pode ser sexy com o fim do mundo a aproximar-se?

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