Na sua maioria, são homens (84%), com idades entre os 40 e os 59 anos, portugueses (82%) e sem qualquer atividade profissional, refere a AMI em comunicado.
Pernoitam principalmente na rua (36%), mas recorrem também a casa de familiares e amigos (15%), abrigos temporários ou de emergência para sem-abrigo e pensões ou quartos (12% cada).
As principais necessidades identificadas foram a alimentação (78%), o vestuário (69%) e o alojamento (55%), sendo que 44% necessitava, ainda, de uma consulta médica e 21% de apoio com medicamentos.
As principais razões que levaram estas pessoas à situação de sem-abrigo foram a precariedade financeira (60%), o desemprego (56%) e a falta de alojamento (33%).
O trabalho realizado pela AMI permitiu retirar 42 homens da situação sem-abrigo no ano passado, 37 dos quais conseguiram reintegrar o mercado de trabalho.
Estes homens conseguiram “colocação no mercado de trabalho, de forma mais ou menos precária, com vínculos laborais de maior ou menor segurança, mas o apoio que receberam nos Abrigos permitiu-lhes tornarem-se autónomos”, realça a AMI.
Dos 107 homens que viveram nos Abrigos Noturnos da AMI em 2017, 25 conseguiram obter alguma autonomia financeira e mudaram-se para quartos ou apartamentos alugados, oito foram viver com familiares ou amigos, dois regressaram ao seu país de origem, cinco emigraram e dois saíram para trabalhar fora da região de Lisboa ou do Porto.
Desde 1999, a AMI já apoiou 11.748 pessoas em situação sem-abrigo através dos Abrigos Noturnos de Lisboa e Porto e das Equipas de rua de Lisboa, Porto e Gaia.
Em 2017, frequentaram os equipamentos sociais da AMI, 1.395 pessoas em situação sem-abrigo, representando 12% da população total atendida.
Distribuem-se principalmente pelos grandes centros urbanos, Grande Lisboa (54%) e Grande Porto (36%). Foram atendidas pela primeira vez 443 pessoas, das quais 26% são mulheres.
Desde 1997, os Abrigos Noturnos apoiaram 1.263 homens em situação sem-abrigo em condições de inserção socioprofissional, sendo que o Abrigo da Graça, em Lisboa, apoiou 861 pessoas, e o do Porto 402 pessoas desde a sua abertura (2006).
Os abrigos proporcionam alojamento temporário a homens sem-abrigo em idade ativa, que apresentem condições que permitam a sua reinserção socioprofissional, mas também apoio social e psicológico, vestuário, alimentação, cuidados de higiene e apoio na procura de emprego.
A admissão faz-se por contacto ou encaminhamento de instituições e organizações que trabalham com sem-abrigo.
Lusa