Os benefícios da amamentação para a mãe e o bebé têm sido amplamente estudados. Agora, um grupo de investigadores descobriu mais um: dar de mamar reduz, durante várias décadas, o risco de a mulher vir a sofrer de hipertensão arterial.
Os benefícios da amamentação para a mãe e o bebé têm sido amplamente estudados e já foram comprovados por diversas vezes. Agora, um grupo de investigadores australianos descobriu mais um: dar de mamar é capaz de reduzir, durante várias décadas, o risco de a mulher vir a sofrer de hipertensão arterial.
A equipa da faculdade de medicina da University of Western Sydney concluiu, ainda, durante o estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology, que quanto mais longo for o período durante o qual a mãe deu de mamar, menores são as probabilidades de desenvolver hipertensão arterial antes dos 64 anos.
Para chegar a estas constatações, os investigadores, coordenados por Joanne Lind, professora de biologia molecular e genética, estudaram a relação entre o histórico de amamentação e a prevalência de hipertensão arterial em 74.785 mulheres australianas com 45 ou mais anos.
Os dados foram retirados de um estudo de larga escala denominado “45 and Up Study” que envolveu 260.000 homens e mulheres da região de New South Wales, na Australia, assumindo-se como a maior investigação do género de sempre no hemisfério sul.
Em comunicado, Joanne Lind afirma que esta descoberta de mais um benefício da amamentação (desta feita a longo prazo) reforça a sua importância tanto para o bebé, como para a mãe e admite esperar que os resultados venham aumentar “o debate entre as mulheres e os médicos”.
“Sempre que possível, as mães devem ser encorajadas a amamentar durante um período o mais longo possível, porque as vantagens aumentam com o aumento do tempo de amamentação”, salienta a investigadora.
Hormonas podem explicar os benefícios
As razões que explicam estes benefícios, que se prolongam por décadas, continuam por esclarecer, admitem os cientistas, mas a equipa sugere que a diminuição do risco de sofrer de hipertensão arterial poderá estar associada às hormonas libertadas durante o processo, que têm um efeito positivo prolongado sobre o sistema cardiovascular da mãe.
“Embora não consigamos compreender totalmente este mecanismo protetor, o histórico de amamentação deve passar a ser considerado quando os médicos tentarem apurar a probabilidade de uma mulher vir a ter este problema numa fase mais avançada da vida”, defende Lind.
Segundo a especialista, “mesmo quando foram tidos em conta factores que podem contribuir para a hipertensão, como o histórico familiar e o estilo de vida (atividade física, índice de massa corporal, ingestão de álcool ou tabaco) continuou a verificar-se uma relação entre a amamentação e uma menor probabilidade de sofrer da doença”.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as mães amamentem o bebé durante, pelo menos, seis meses após o nascimento.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês).