As mulheres que amamentam os seus bebés podem ter um menor risco de desenvolver artrite reumatóide numa fase posterior da vida. A conclusão é de um estudo realizado na China.
As mulheres que amamentam os seus bebés podem ter um menor risco de desenvolver artrite reumatóide numa fase posterior da vida. A conclusão é de um estudo realizado na China.
Os investigadores, coordenados por Elizabeth Rankin, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisaram dados de mais de 7.300 mulheres chinesas com 50 ou mais anos, que completaram questionários acerca da saúde e estilo de vida, que procuravam saber se tinham dado de mamar e/ou tomado pílulas contracetivas.
A maior parte das mulheres cujos casos foram estudados tinham tido pelo menos um filho e mais de 95% das mães tinham amamentado ao longo de, no mínimo, um mês. Apenas 11% das participantes tinham tomado a pílula e, na sua maioria, por um curto período de tempo. Em média, estas mulheres tinham engravidado aos 24 anos e, nos casos em que a artrite reumatóide se desenvolveu, os primeiros sintomas apareceram por volta dos 48 anos.
A equipa de Rankin concluiu que as mulheres que amamentaram tinham cerca de metade da probabilidade de desenvolver artrite reumatóide do que as que nunca deram de mamar e que quanto maior foi o período de amamentação, mais reduzido era este risco, revela o estudo publicado na revista científica Rheumatology na segunda-feira.
Embora tenham encontrado uma associação entre as duas variáveis – amamentação e menor risco de artrite -, os cientistas não conseguiram encontrar uma relação de causa-efeito e não detetaram também qualquer associação entre o uso de pílulas contraceptivas baseadas em hormonas e a probabilidade de vir a sofrer desta patologia.
“A replicação da associação entre amamentação e um menor risco de artrite [que já tinha sido vista noutros estudos] numa diferente população reforça a necessidade de estudar este tema de forma mais aprofundada para compreender os mecanismos hormonais envolvidos”, afirmam os investigadores.
Segundo a equipa, na China, a amamentação é uma prática muito comum, pelo que estas descobertas poderão ter implicações importantes ao nível das taxas de incidência da artrite reumatóide naquele país no futuro.
“As mulheres que integraram este estudo nasceram nas décadas de 1940 e 1950, antes de a política de um filho da China ter sido introduzida no final dos anos 70, e numa época em que a amamentação era mais prevalente”, realçam. “O declínio desta prática sustenta a necessidade de desenvolver mais estudos para examinar se irá haver uma maior incidência da doença nos anos que aí vêm”, concluem.
A artrite reumatóide é uma forma dolorosa da patologia, que causa inchaço, rigidez e perda de funções nas articulações e que afecta mais homens do que mulheres. A causa exata da doença continua a ser um mistério, embora se acredite que estão em jogo factores genéticos, ambientais e hormonais.
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