A doença de Alzheimer vai passar a poder ser diagnosticada de forma precoce e segura graças a novos marcadores biológicos descobertos por um grupo internacional de neurologistas e validados ao fim de nove anos de trabalho.
A doença de Alzheimer vai passar a poder ser diagnosticada de forma precoce e segura graças a novos marcadores biológicos descobertos por um grupo internacional de neurologistas e validados ao fim de nove anos de trabalho com o objetivo de tornar mais eficaz o combate a esta patologia degenerativa que se encontra em constante expansão.
“A partir de agora será possível, através deste novo método, fazer um diagnóstico mais seguro e precoce”, afirma, citado pela AFP, o investigador e professor de neurologia francês Bruno Dubois, principal autor do estudo que dá conta da validação destes marcadores e que foi publicado em Junho na revista científica britânica The Lancet Neurology.
Os primeiros sinais do aparecimento de Alzheimer são, por norma, transtornos de memória, seguidos de problemas de orientação espacial e temporal, transtornos de comportamento e, nas fases mais avançadas, a doença acaba por provocar a perda total de autonomia dos pacientes.
No entanto, estes sintomas não são exclusivos desta patologia, pelo que a mesma “não podia ser diagnosticada até agora de forma segura num estágio precoce”, esclareceu Dubois, acrescentando que tem sido, geralmente, necessário esperar que a doença evolua para demência ou mesmo aguardar pela morte do paciente para examinar as lesões cerebrais.
Após analisar os estudos publicados sobre o problema, este grupo internacional de cientistas conseguiu, agora, chegar a um consenso de diagnóstico do Alzheimer segundo dois perfis clínicos específicos: os casos típicos (80% a 85%), caraterizados por problemas de memória episódica de longo prazo) e os atípicos (15% a 20%), nos quais se encontram transtornos da memória verbal ou do comportamento.
De acordo com os especialistas, cada um destes perfis deve ser confirmado, pelo menos, por um marcador biológico, nomeadamente uma punção lombar que mostra o nível anormal de proteínas cerebrais no líquido cefalorraquidiano ou uma tomografia por emissão de positrões (TEP) do cérebro, um exame de imagem que possibilita a visualização da atividade dos tecidos.
Apesar de continuar a não existir tratamento eficaz contra o Alzheimer, a deteção confiável e precoce deverá facilitar a investigação nesse sentido, acredita Dubois, que acrescenta que muitos diagnósticos estabelecidos sob os anteriores critérios estavam errados.
Atualmente, fora do campo da investigação, o uso de marcadores biológicos se limita-se a pacientes jovens ou a casos difíceis, já que a técnica é muito dispendiosa e invasiva.
A doença de Alzheimer afeta 40 milhões de pessoas em todo o mundo as estimativas mais recentes indicam que, em 2050, o número de doentes deverá triplicar.
Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo publicado na The Lancet Neurology (em inglês).
Notícia sugerida por António Resende