Um adolescente norte-americano desenvolveu uma tecnologia destinada a proteger quem sofre de Alzheimer, alertando os cuidadores através dos seus 'smartphones' quando os pacientes se levantam durante a noite sem acompanhamento.
Um adolescente norte-americano desenvolveu uma tecnologia destinada a proteger quem sofre de Alzheimer. Trata-se de um sistema de pressão que pode ser colocado no calcanhar dos pacientes e que é ativado quando estes se levantam da cama sozinhos durante a noite, alertando os cuidadores através dos seus 'smartphones'.
A ideia de Kenneth Shinozuka, de 15 anos, natural de Nova Iorque e um dos concorrentes da edição de 2014 da 'Google Science Fair', feira de ciência organizada anualmente pela multinacional, foi inspirada na história do seu avô, um dos 5,2 milhões de pacientes com Alzheimer nos EUA.
“Numa madrugada fria de Agosto, em 2005, um polícia apareceu à nossa porta com o meu avô, ainda de pijama. Ficámos chocados ao ser informados que ele tinha sido encontrado a deambular numa estrada a três quilómetros de casa enquanto nós dormíamos”, conta o jovem no seu perfil no site oficial da 'Google Science Fair'.
A partir desse momento, Kenneth ficou “cada vez mais preocupado com a tia, a principal cuidadora” do avô, obrigada a acordar várias vezes durante a noite para assegurar a sua segurança e, muitas vezes, incapaz de o fazer a tempo, gerando múltiplos acidentes.
“A inexistência de uma solução eficiente motivou-me a criar um dispositivo que deteta, em tempo real, a saída dos pacientes da cama no momento em que se levantam e que alerta os cuidadores”, explica o adolescente.
Segundo Kenneth, “assim que as pessoas colocam o pé no chão, o sensor colocado no calcanhar deteta imediatamente a pressão causada pelo peso do corpo e desencadeia um alerta audível que é enviado para um 'smartphone'.
Veja o vídeo em que Kenneth Shinozuka explica o funcionamento deste sistema.
Para criar o sistema, o jovem desenvolveu três elementos diferentes: um sensor ultrafino e flexível, um circuito sem fios do tamanho de uma moeda que funciona através de Bluetooth e uma aplicação capaz de transformar o telemóvel num 'monitor' para controlo da situação dos pacientes.
“Integrando-as, criei dois protótipos: uma meia com sensor e uma faixa flexível que pode ser confortavelmente colada ao pé”, revela Kenneth, que adianta que efetuou um ensaio de seis meses com o avô e concluiu que o sistema detetou 100% das 437 vezes que saiu da cama e emitiu sempre alertas no espaço de apenas um segundo, nunca despoletando falsos alarmes.
Atualmente, Kenneth Shinokuza está a testar a tecnologia em lares e instituições que prestam cuidados a idosos e assegura que, em última instância, o seu objetivo é “unir a engenharia e a neurociência através da invenção de uma solução que explore os mistérios do cérebro e permita encontrar uma cura para o Alzheimer”.
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