Saúde

Alzheimer: Análise sanguínea pode antecipar diagnóstico

Uma simples análise ao sangue poderá vir a permitir o diagnóstico da doença de Alzheimer anos antes do aparecimento do primeiros sintomas.
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Uma simples análise ao sangue poderá vir a permitir o diagnóstico da doença de Alzheimer anos antes do aparecimento do primeiros sintomas. A conclusão é de um grupo de investigadores norte-americanos cujo objetivo é conseguir desacelerar ou, se possível, travar a evolução da patologia, uma tarefa que estaria facilitada com uma deteção precoce. 
 
Um estudo conduzido, ao longo de vários anos, por cientistas das universidades de Temple, Georgetown e Rochester, nos EUA, e publicado em Março na revista científica Nature Medicine, sugere que um mero teste sanguíneo feito em laboratório pode possibilitar a identificação do declínio dos níveis de uma série de químicos, indício de danos nas membranas das células nervosas, compostas por fosfolípidos. 
 
“O que queremos é conseguir identificar os indivíduos em risco de desenvolver Alzheimer antecipadamente com o propósito de criar uma estratégia terapêutica para prevenir, restringir ou atrasar a degeneração cognitiva associada a esta doença devastadora”, explica, em comunicado, Susan Fisher, do departamento de ciências clínicas da Universidade de Temble. 
 
Os investigadores analisaram 525 pessoas com idade igual ou superior a 70 anos e efetuaram colheitas de sangue, submetendo-as a um teste anual de cognição. Ao fim de três anos, 74 participantes começaram a demonstrar sinais de declínio cognitivo, 28 dos quais apresentando mesmo problemas de memória.
 
Ao comparar as amostras de sangue daqueles cuja função cognitiva se degenerou com os voluntários cujos cérebros se mantiveram saudáveis, os especialistas observaram diferenças nos fosfolípidos presentes no sangue dos indivíduos dos dois grupos. 
 
A equipa multidisciplinar conseguiu, portanto provar que as alterações nestas substâncias podem ajudar a determinar, com uma precisão muito superior à dos exames convencionais atuais, quem vai desenvolver Alzheimer (cerca de nove previsões acertadas em cada 10).  
 
O principal desafio dos investigadores que se dedicam ao estudo da patologia tem sido encontrar uma forma de detetar a doença antes de as suas consequências terem ido longe demais. Porém, na maioria dos casos, quando os primeiros sintomas aparecem, os danos são já irreparáveis.
 
Se for possível detetá-lo mais cedo, os especialistas esperam que fármacos já existentes ou ainda por desenvolver possam reduzir a velocidade a que o Alzheimer avança ou mesmo travar o seu desenvolvimento.
 
“Os resultados [do estudo] são impressionantes, mas queremos saber se são, de facto, sustentáveis e se podem ser replicados numa amostra mais ampla”, sublinha Susan Fisher, acrescentando que serão ainda necessárias investigações mais aprofundadas para apurar se o teste pode ser usado com eficácia em pacientes. 

Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo (em inglês). 

Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes

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