O escritor José Saramago vai ser homenageado, esta quinta-feira, em Mafra com a exibição do filme mudo adaptado do romance “Memorial do Convento” que foi produzido e realizado sob a coordenação do cineasta António Faria.
Realizado e produzido por alunos da Universidade Sénior de Mafra, no âmbito da disciplina Cinema e Televisão, lecionada por António Faria, o filme de 40 minutos é hoje exibido no Auditório Beatriz Costa.
“Tinha dito há 25 anos ao José Saramago que fazer um filme sobre o 'Memorial do Convento' era quase impossível e quando os alunos me fizeram a proposta fiquei primeiro gelado. Mas depois comecei a pensar que o que interessa é a vontade de fazer e a admiração que [eu] devia desde há longa data ao Prémio Nobel [da Literatura]”, afirmou à agência Lusa o cineasta António Faria.
A produção optou por realizar um filme típico dos anos 1920, época do cinema mudo e do nascimento de José Saramago (1922), e que é acompanhado por música sinfónica, de autoria do compositor português Frederico Faria.
“É a procura das nossas próprias origens e o mais chocante é que isso foi conseguido”, disse António Faria. “É um humanismo que salta à vista tal como a rudeza literária do Saramago”, acrescentou o cineasta.
O filme conta com a participação de atores e artistas profissionais e amadores, todos voluntários, tendo nos principais papéis Alexandra Battaglia, bailaria da companhia de teatro Amálgama que aqui se veste de atriz para encarnar a personagem de Blimunda, e Filipe Nunes (Baltazar).
As filmagens repartiram-se entre o Palácio Nacional de Mafra, cuja construção José Saramago romanceou em “Memorial do Convento”, o Forte do Zambujal, a localidade de Cheleiros, a praia da Foz do Lizandro e as ruas do centro histórico de Mafra.