Cerca de 50 estudantes de medicina percorreram, a semana passada, várias escolas, centros de dia, casas de idosos e locais de diversão noturna da cidade de Albufeira, no Algarve, para promover a saúde através de diversas ações de sensibilização.
Cerca de 50 estudantes de medicina percorreram, a semana passada, várias escolas, centros de dia, casas de idosos e locais de diversão noturna da cidade de Albufeira, no Algarve, que, este ano, foi a escolhida para receber a iniciativa “Med on Tour”, destinada a promover a saúde através de diversas ações de sensibilização.
O projeto anual, da responsabilidade da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) e que conta com a colaboração das associações portuguesas de medicina, tem como obetivo proporcionar aos futuros médicos um contacto direto com as populações e, ao mesmo tempo, incutir nos cidadãos de todas as idades hábitos de vida saudáveis.
No âmbito da iniciativa, dezenas de estudantes, divididos em equipas, levaram a cabo ações variadas de promoção da saúde, entre as quais visitas a idosos isolados, testes de despite de diabetes ou medições da tensão arterial, e aproveitaram para difundir informações sobre cuidados básicos de saúde e de segurança no interior das habitações.
Em declarações à Lusa, Duarte Sequeira, um dos coordenadores do “Med on Tour”, explica que o projeto pretende atingir todas as faixas etárias, desde os mais jovens, aos quais se quer “tirar o medo da bata branca”, passando pelos adolescentes, com vista à promoção da educação social, e, claro, pelos idosos, por intermédio da “sensibilização para um envelhecimento saudável”.
“Centramos também a nossa ação no projeto Aldeia Feliz, que, no fundo, é um porta-a-porta em aldeias mais remotas, onde a população tem menos acesso aos cuidados de saúde”, esclarece o responsável, que considera que o projeto é tão benéfico para as populações como para os estudantes, já que estes “levam ideias e a vontade de implementar coisas na comunidade e depois a experiência de como fazer”.
“Em termos de profissionalismo médico, esta é uma dinâmica que tem sido cada vez mais incentivada, porque fortalece o contacto e estimula os estudantes a ter mais calma e a saber falar com as pessoas”, afirma Duarte Sequeira.
Iniciativa é elogiada por estudantes e beneficiários
A mesma opinião é partilhada por Victória de Matos, uma das estudantes de medicina integradas no projeto Aldeia Feliz, que acredita que “este contacto porta-a-porta é o que está a faltar, porque na prática clínica os médicos acabam por ter menos tempo para ouvir o doente”.
“Se temos um doente que tem de cumprir uma determinada terapêutica e se o médico não tem tempo adicional para explicar, [esse facto] pode levar ao incumprimento da medicação por parte do doente”, realça a aluna.
Segundo Victória de Matos, em Albufeira, ao contrário do que acontece em outras zonas do país, a equipa encontrou poucos idosos com dificuldades nos acessos aos cuidados de saúde, mas, ainda assim, “as visitas resultaram na sensibilização e informação sobre determinados cuidados a ter”.
Os idosos que receberam a visita dos estudantes de medicina consideram, também, que esta é uma iniciativa positiva e importante para alertar para alguns problemas que desconheciam.
“Gostei do trabalho que fizeram. São muito simpáticos. Fiquei esclarecida e ao mesmo tempo avisaram-me para eu me tratar”, confessou à Lusa Maria Lucrécia Casimiro, moradora na zona de Paderne, em Albufeira, após lhe terem sido detetados valores elevados de glicémia.
A iniciativa “Med on Tour” voltará à estrada em 2015 e, no próximo ano, à semelhança do que tem acontecido, será escolhida uma outra região do país para a sensibilização da população.