Organizado pela Associação Internacional de Estudantes de Engenharia Civil, o concurso reuniu na FEUP seis grupos de alunos que construíram outras tantas pontes, recorrendo apenas ao esparguete e à cola, consumindo, em média, menos de um quilo da massa alimentícia.
Na sua 11.ª edição, a organização permitiu a construção de pontes de arco perfeito e o resultado foi o recorde de 2013 batido por mais de sete quilos, cenário que o presidente da associação Virgílio Silva, já admitira à Lusa antes dos testes de esforço que decorreram na FEUP.
O regulamento dá aos alunos “cinco tardes para construir a ponte, num total aproximado de 15 horas” disse o responsável, sendo que a “parte de criar o conceito fica ao critério de cada equipa e poderá demorar umas 20 horas”.
A edição de 2017 dedicou uma “maior atenção ao pormenor e à ligação dos trames, de modo a que a estrutura seja mais resistente”, explicou Virgílio Silva, para quem se as ligações forem “bem cortadas, bem limpas e depois a cola bem aplicada, de modo a que estrutura não ceda pelas ligações mas pelo esparguete, depois de aplicada uma carga crescente” a ponte possa “aguentar os testes”.
Cada ponte pesa no máximo 700 gramas, um desafio que o diretor de mestrado integrado de engenharia civil, Abel Henriques disse à Lusa trazer aos alunos “a experiência de porem em prática o que aprenderam no curso, colocando as mãos na massa e otimizando a forma das pontes a fim de terem os melhores resultados em termos de carga de rotura”.
“O esparguete é um material que tem um comportamento muito idêntico a um material de construção que é utilizado, nomeadamente, na engenharia civil, que é o aço, que tem propriedades de resistência e de tração que são importantes”, explicou o docente sobre a escolha do material para o concurso que há 11 anos anima a FEUP.
Visualmente, os arcos trazem à memória as pontes Luiz I e D. Maria, no Porto, confirmando a aluna do 2.º ano de engenharia civil Catarina Carvalho não ser o “projeto da ponte, em que o mais óbvio é concentrar a carga toda num ponto” a parte mais difícil, mas sim “a sua execução”.
“Tem mesmo de ser rigoroso, pois se não for simétrica, tende a cair tudo para um dos lados”, explicou, ao mesmo tempo que entre sorrisos admitiu que a construção retirou aos alunos “horas de sono e também muito tempo de estudo”.
Lusa