O SKA, projeto promovido por um consórcio internacional que envolve 65 institutos de 20 países, será financiado em parte por fundos comunitários e irá revolucionar o conhecimento sobre a evolução do universo. Este equipamento vai dotar a Europa de uma tecnologia capaz de rastrear o universo de forma 100 a 500 vezes mais rápida e com uma sensibilidade 50 vezes superior aos atuais radiotelescópios.
O SKA vai permitir observar e cartografar as primeiras estrelas e galáxias, mapear fenómenos violentos no universo, como buracos negros, detectar riscas de moléculas precursoras de vida em sistemas planetários distantes e vida inteligente no universo.
Depois de, em 2010, a Herdade da Contenda, em Moura, ter sido escolhida para receber este projeto, tal como o Boas Notícias noticiou, agora, antes da instalação efetiva do SKA, o local está a servir de “plataforma tecnológica de teste das soluções”, disse Domingos Barbosa, membro europeu do projeto, conta à Lusa.
A Europa não tem um deserto com condições climáticas e geográficas compatíveis com o SKA, mas esta zona geográfica de Portugal dispõe de condições propícias para testar os protótipos, porque tem um espetro radioelétrico limpo, a maior exposição solar da Europa e um clima semelhante ao dos países onde o sistema será implementado.
Em 2010, os protótipos do SKA foram instalados no terreno na Contenda e, agora, serão alvo de ensaios climáticos em câmaras térmicas na empresa municipal de Moura Lógica a fim de perceber a resistência dos materiais a temperaturas elevadas.
“Parte das infraestruturas do SKA ficará em zonas relativamente remotas e onde será difícil criar uma rede de energia elétrica”, por isso, terão de ser autossuficiente funcionando através de energia solar, refere Domingos Barbosa.
Segundo o responsável, as soluções de energia solar para os protótipos do SKA, encontradas em Moura com a participação da indústria portuguesa, “terão um impacto social elevado”, porque são “encaradas como percursoras de iniciativas capazes de ajudar a levar energia eléctrica fiável a cerca de 1,6 mil milhões de pessoas”, que vivem sem electricidade em zonas onde é difícil instalar redes de energia, nomeadamente na África subsariana.
Primeiras observações em 2017
Assim no primeiro trimestre deste ano, através do projeto ‘Biostirling 4 SKA', financiado pela Comissão Europeia, serão instalados sistemas de fornecimento de energia solar para os protótipos do SKA, “uma espécie de antenas parabólicas em vidro”, que vão transformar a radiação solar em energia elétrica.
Depois da instalação dos sistemas de energia, o SKA começará a ser construído, em 2016, em África e na Austrália, e as primeiras observações estão previstas para 2017. O radiotelescópio poderá começar a funcionar em pleno até 2025.
Um terço das estações do SKA vai ser instalado na Austrália e dois terços serão instalados na África do Sul, em Moçambique, na Namíbia, no Botsuana, na Zâmbia, no Quénia, no Madagáscar, nas Ilhas Maurícias, no Gana e, talvez, também em Angola.
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