O satélite europeu Sentinel-1 já está no espaço e leva consigo tecnologia e o 'know-how' da empresa portuguesa Critical Software.
O satélite europeu Sentinel-1A já está no espaço e leva consigo tecnologia e o ‘know-how’ da empresa portuguesa Critical Software. O equipamento integra o programa europeu Copernicus, que tem por objetivo fazer a monitorização da Terra, sobretudo a nível ambiental para, por exemplo, evitar desastres naturais.
O satélite Sentinel-1A, cujo desenvolvimento foi atribuído em 2007 pela Agência Espacial Europeia (AEE) à Thales Alenia Space Itália, foi lançado, esta quinta-feira, a bordo de um foguete Russo Soyuz, a partir da estação de lançamento de Kourou, na Guiana Francesa.
Ao chegar ao espaço, o satélite demorou cerca de 10 horas a ‘desenrolar’ as suas gigantescas ‘asas’ solares (com 10 metros de comprimento cada, que garantem que o equipamento funcione de forma autossuficiente) e o seu radar de 12 metros.
Neste momento, o site da AEE informa que o lançamento foi um sucesso e já é possível visualizar um pequeno vídeo do satélite, que se encontra agora a quase 700 quilómetros da Terra – a altitude a partir da qual fará as observações para o programa Copernicus.
Este é o primeiro dos seis satélites que, no total, farão parte do programa Copernicus ajudando a monitorizar o nosso planeta, incluindo zonas florestais e aquáticas, solos e zonas agrícolas, bem como as superfícies oceânicas (gelo, navios, derrames de óleo, alterações climáticas, entre outras situações). O lançamento do segundo satélite está previsto para 2016.
O envolvimento da Critical Software na missão iniciou-se em 2009, quando o consórcio da empresa assinou contrato para acompanhar o desenvolvimento e ajudar a melhorar a implementação dos sistemas de bordo, garantindo o seu funcionamento sem problemas, revela a empresa em comunicado de imprensa.
A tecnológica portuguesa teve como missão resolver problemas a nível do ‘software’ e do sistema e melhorar o desempenho do equipamento nomeadamente no que diz respeito a questões de autonomia, redundância, robustez e recuperação de eventuais falhas nos subsistemas.
Revolução em termos ambientais
“O lançamento do primeiro satélite marca uma mudança na filosofia dos programas de observação da Terra”, garante, em comunicado, Volker Liebig, diretor dos programas de observação da AEE.
“Na área da meteorologia, já conseguimos dados fiáveis há cerca de 35 anos. Agora, com o programa Copernicus, vamos obter dados semelhantes para situações ambientais” o que será fundamental, por exemplo, para “gerir desastres naturais”, acrescenta o responsável.
175 órbitas em 12 dias
As operações dos primeiros dois satélites da gama Sentinel-1 terão uma duração de sete anos e vão ser colocados numa órbita circular a 693 quilómetros da superfície da Terra para realizarem 175 órbitas em apenas 12 dias. Cada satélite pesa cerca de 2.300 Kg e tem 3,4 metros de comprimento.
O projeto de construção deste satélite contou com a participação da Critical Software, tendo trabalhado durante os últimos 5 anos em estreita colaboração com a Thales Alenia Space Itália e a Agência Espacial Europeia no melhoramento dos sistemas mais sensíveis e críticos do satélite.
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Notícia sugerida por Maria Pandina