Vai nascer, na África do Sul, o primeiro orfanato do mundo destinado a acolher crias de rinoceronte feridas ou que perderam os pais.
Vai nascer, na África do Sul, o primeiro orfanato do mundo destinado a acolher crias de rinoceronte feridas ou que perderam os pais. O organismo deverá começar a funcionar durante o mês de Abril e faz parte do centro cultural e de vida selvagem de uma reserva natural em Entabeni.
O orfanato nasceu graças a um desejo de Arrie Van Deventer, empenhado em evitar que a população de rinocerontes do país continue a ser dizimada. Tendo em mente que “tudo o que um rinoceronte quer é liberdade para se mover, para ter acesso a comida e água e para se reproduzir”, Van Deventer decidiu dar um passo em frente e juntou-se a Karen Trendler, conhecida como a melhor especialista na reabilitação destes animais da África do Sul, para desenvolver o projeto.
“Bastaram algumas reuniões e percebemos que pensávamos da mesma forma em relação a esta situação. Percebemos que não temos o propósito de fazer dinheiro a partir de uma espécie de jardim zoológico ou de fazer os donos dos rinocerontes pagarem quantias exorbitantes pelo seu tratamento. A partir daí, a experiência tem sido fantástica, embora seja triste o facto de ser necessária a existência de uma instituição como esta”, salientou Karen Trendler em declarações ao jornal local The New Age.
De acordo com Trendler, nada faria os mentores do orfanato mais felizes do que a ausência de necessidade de o criar. “Isso significaria que não existiria caça aos rinocerontes nem atos violentos contra estes animais e, consequentemente, não seria preciso um orfanato. No entanto, infelizmente, essa está muito longe de ser a realidade atualmente”, lamentou.
A instituição vai contar com unidades de cuidados intensivos para crias traumatizadas ou feridas em consequência da caça, além de uma incubadora e outros equipamentos que permitirão a monitorização dos animais durante 24 horas, colocando-os sob supervisão constante. Além disso, a equipa tentará encontrar uma espécie de “pais adotivos” para os bebés, para assegurar que estes “crescem fazendo as coisas que os rinocerontes fazem”.
“Quando vêem a mãe ser morta, as crias recusam-se a abandoná-la. Mesmo quando sobrevivem à violência, ficam, por norma, em péssimo estado. Traumatizadas, esfomeadas e, muitas vezes, tão magoadas que não conseguem, sequer, colocar-se de pé. É triste e de partir o coração”, explicou Van de Deventer.
“Neste orfanato vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que cenas como essa não se repitam. O objetivo é dar aos mais jovens a melhor oportunidade possível de sobrevivência e devolvê-los à vida selvagem em perfeitas condições”, concluiu.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta]