Marc Koska criou uma seringa que, após a primeira utilização, se bloqueia a si própria por intervenção de um mecanismo interno e que, caso seja forçada a voltar a funcionar, acaba por se partir ficando definitivamente inutilizável.
Para conseguir a atenção do governo da Tanzânia, Koska enviou para o ministro da saúde local um vídeo de um profissional a utilizar a mesma seringa em três pessoas diferentes: uma criança de quatro anos, um adulto com HIV e, depois, um bebé de apenas um ano de idade.
Esta é uma situação recorrente no mundo em desenvolvimento, onde, em média, cada seringa é utilizada quatro vezes. As imagens chocaram os responsáveis e foram decisivas para a adoção de um novo sistema que envolve eliminar por completo as seringas reutilizáveis.
Porém, este britânico quer chegar ainda mais longe e persuadir, pelo menos, mais quatro países africanos – Quénia, Uganda, Burundi e Ruanda – a fazer a mesma mudança, antes de proceder à implantação deste novo dispositivo por todo o mundo.
Um país como a Tanzânia vai passar de 40 milhões de seringas para 200 milhões utilizados anualmente e, embora a alteração vá requerer gastos adicionais, estes serão compensados com uma poupança muito significativa em custos com cuidados de saúde. Esta é, aliás, outra das vantagens das seringas não reutilizáveis, que se produzem da mesma forma que as tradicionais.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido à reutilização de seringas, um valor superior à das mortes por malária no mesmo intervalo temporal.