Uma parceria entre a empresa britânica Sequoia Technology e a Telit Wireless Solutions desenvolveu um sistema que está a ser implementado em clínicas rurais moçambicanas e que permite revelar rapidamente os resultados de testes HIV feitos em mulheres grávidas. O projeto “Diagnóstico de HIV para a Primeira Infância” já salvou cerca de 20 mil bebés desde o seu lançamento, há seis meses.
O projeto “Diagnóstico de HIV” permite que, no caso de os testes serem positivos, seja iniciado imediatamente o tratamento antirretroviral, inibidor da passagem da doença para o feto. O envio mais atempado dos resultados dos testes detetores da SIDA, via comunicação sem fio, pode diminuir até 40% as hipóteses de transferência do vírus para os bebés.
O aparelho que permite o desenvolvimento do projeto é de uma impressora, de pequenas dimensões e de baixo custo, que incorpora um protocolo sem fios e que permite que os resultados laboratoriais sejam transmitidos com segurança.
“Existem poucas infraestruturas em África – a maioria destas clínicas não podem ser alcançadas por carro, não têm serviço de correio e nem linhas telefónicas”, disse Nick Lidington, diretor da Sequoia Technology, à Rádio Moçambique. “O desafio foi usar o único modo de comunicação que você pode dizer com confiança que existe em todas as partes de África – a rede celular”, acrescentou.
Há aproximadamente 400 clínicas em Moçambique equipadas com o novo sistema, um importante passo para um país no qual morrem, atualmente, metade das crianças com menos de dois anos devido à propagação do HIV.
Projeto vai chegar a outros países africanos
O sucesso atingido pelo programa, patrocinado pela Fundação Clinton e pelo Ministério da Saúde de Moçambique, está a levar à sua expansão para outros nove países africanos, entre os quais o Quénia, Botswana, Zimbabwe, Tanzânia e Uganda.
“O kit da impressora e o software que desenvolvemos tem recebido interesse de vários ministros da saúde do continente africano”, disse Lidington.
“A sua utilização pode ser feita para obter resultados de exames para outras doenças, como malária e tuberculose, possibilitando que o tratamento comece muito antes, o que aumenta as hipóteses de cura”, assegura o diretor da Sequoia.