A guerra destes soldados é combater a caça ilegal, que de uma forma cada vez mais organizada e profissional tem chacinado os rinocerontes que acabam no mercado asiático, com os chifres transformados em pó.
Desde a mobilização do Exército, no final de abril, o número de mortes passou de 44 em março para 30 em abril, l5 em maio e, apenas dois, em junho.
É a primeira vez que a tendência inverte desde 2007. Nesse ano, 13 rinocerontes foram abatidos na África do Sul, e esse número aumentou em seguida, para chegar a 333 em 2010.
Ken Maggs, especializado no cerco dos ilegais no parque explicou à Agencia de Notícias AFP como mudaram os tempos de caça dentro do parque. “Já não estamos no tempo do caçador isolado que vinha pela carne, com as suas armadilhas primitivas, flechas ou munições”. “Agora, vêm preparados para lutar. É por isso que adotamos táticas militares, ou paramilitares”, acrescentou.
Os caçadores atravessam a fronteira à noite, com óculos de visão noturna, AK-47 (Kalachnikov) e de caça. Os soldados chegam a encontrar mensagens de ameaça escritas na areia.
Para além de terem de lidar com os animais da selva que por vezes surgem no acampamento, como um grupo de leões que por lá apareceu recentemente, as patrulhas do exército têm de estar sempre em alerta, já que os caçadores muitas vezes abrem fogo sobre eles.
Desde o início do ano, 15 caçadores foram mortos, 9 feridos e 64 detidos em confrontos com o Exército.
Entretanto, a procura dos chifres de rinoceronte continua a crescer na medicina tradicional, onde são utilizados para curar problemas que vão desde uma hemorragia nasal ao cancro, motivando assim o abate ilegal destes animais.