Foi em 2010. A partir de Portugal, três amigos metem-se num jipe e atravessar o continente africano para viajar ate ao mundial de futebol. Pelo caminho registaram em imagens, sons e palavras o modo como o futebol unifica as populações.
Foi em 2010. A partir de Portugal, três amigos metem-se num jipe e atravessam o continente africano para chegar ao mundial de futebol. Pelo caminho registaram em imagens, sons e palavras o modo como o 'desporto rei' unifica as populações. O resultado será o documentário “Até lá Abaixo”, que passa por 21 países e que procura, neste momento, apoio no ‘crowdfunding’ para acabar de ser produzido.
por Patrícia Maia
Um jipe, um jornalista, um repórter de imagem e um fotojornalista. Foram estes os elementos que se juntaram para atravessar o continente africano em apenas cinco meses, a fim de chegar à África do Sul a tempo do mundial de futebol.
“Fizemos este projeto desde o início enquanto repórteres e não como viajantes, para escrever reportagens, fazer fotogalerias e gravar um documentário. Fizemos um livro, uma exposição fotográfica mas ainda não materializámos o documentário”, explica ao Boas Notícias Tiago Carrasco, o jornalista de 31 anos que integrou esta ‘missão’.
Futebol como uma arma
O principal objetivo do documentário é “mostrar o caráter global e agregador do futebol”, diz o jornalista: “Como testemunhámos, o futebol pode ser a arma de emancipação da mulher muçulmana, pode ser o escape do miúdo congolês que sofre de poliomielite, o cessar-fogo entre o norte e o sul da Costa do Marfim, o sonho dos miúdos de rua na Nigéria, o passatempo dos kuduristas em Angola, um mundo de rituais mágicos no Benim”.
Há vários percursos que se podem escolher para atravessar o continente africano. Este grupo de portugueses escolheu percorrer a costa ocidental por incluir “um maior número de países com mais tradição no futebol – todos os países africanos presentes no Mundial eram do norte e do oeste de África, a que se juntava a África do Sul”, sublinha Tiago Carrasco.
Os três amigos investiram dinheiro pessoal nesta aventura mas depois de chegarem à África do Sul ficaram sem dinheiro e viram-se “forçados a ficar a trabalhar quase um mês após o Mundial para ter dinheiro para regressar a casa”.
Há vários percursos que se podem escolher para atravessar o continente africano. Este grupo de portugueses escolheu percorrer a costa ocidental por incluir “um maior número de países com mais tradição no futebol – todos os países africanos presentes no Mundial eram do norte e do oeste de África, a que se juntava a África do Sul”, sublinha Tiago Carrasco.
Os três amigos investiram dinheiro pessoal nesta aventura mas depois de chegarem à África do Sul ficaram sem dinheiro e viram-se “forçados a ficar a trabalhar quase um mês após o Mundial para ter dinheiro para regressar a casa”.
Agora estão a solicitar o apoio do ‘crowdfunding’ para acabar a edição, pós-produção e a divulgação (por exemplo inscrição em festivais) do documentário. No site de financiamento coletivo ifundnews, já é possível visualizar o ‘trailer’ que resume os momentos testemunhados pela equipa ao longo de cinco meses de viagem. No total, foram recolhidas mais de 200 horas de filmagens.
O ideal, diz Tiago, seria acabar a edição do documentário antes da Copa do Mundo, até porque há um festival dedicado ao futebol, no Brasil, para o qual os autores de “Até lá Abaixo” já foram convidados.
“Ligamos demasiado a coisas sem importância”
De qualquer forma, com mais ou menos apoios, a edição do vídeo vai avançar, porque já há demasiado trabalho investido e porque Tiago Carrasco, João Fontes e João Henriques querem partilhar o que aprenderam com esta experiência.
O jornalista resume desta forma essa mensagem: “Um dia, nos Camarões, entrei numa tasca para beber uma cerveja e vi esta frase colada na parede: ‘Toda a vida chorei por um par de sapatos até que me cruzei com um homem sem pernas’. Estas palavras sintetizam uma das maiores lições que trouxe de África: ligamos demasiado a coisas sem importância, quando há quem pouco ou nada tenha e que se queixe tão pouco”, remata Tiago.
Para saber mais sobre este documentário e deixar uma contribuição visite a página http://ifundnews.com/pt/atelaabaixo.