Segundo relatou à Time, Aisha foi mutilada pelo marido como punição por ter fugido de casa. A rapariga, que se casou ainda adolescente, fugiu devido aos maus tratos que sofria.
O pai entregou-a a esse homem quando ela tinha dez anos, juntamente com a sua irmã mais nova, para pagar uma dívida de sangue do tio dela.
A aplicação do castigo por ter tentado escapar foi aprovada por um comandante talibã, cujo regime aceita este tipo de punições contra as mulheres que se rebelam contra as suas leis.
Agora Aisha encontrou refúgio numa organização não-governamental e viajou para os EUA onde será operada, conforme anunciou à AFP a presidente da Fundação The Grossman Burn, Rebecca Grossman.
“A intervenção foi doada pelo cirurgião plástico e reconstrutivo Peter Grossman e pela equipe do centro The Grossman Burn, situado no Hospital West Hills”, em Los Angeles, informou Grossman, sem dar maiores detalhes sobre a operação.
A foto do rosto de Aisha foi publicada na capa da edição da primeira semana de agosto da revista americana, acompanhada do título “What happens if we leave Afghanistan” (O que acontece se deixarmos o Afeganistão).
O título causou polémica devido às fortes implicações políticas sobre a permanência militar dos EUA naquele país asiático numa altura em que o governo norte-americano se prepara para abandonar o território.
A reportagem teve especial com enfoque na situação das mulheres que vivem sob o domínio do regime talibã.