Uma importante conferência internacional tem lugar, esta terça-feira, na capital afegã, Cabul, para debater a paz e a segurança naquele país e garantir que todos os objetivos são cumpridos na missão de retirar as tropas internacionais do Afeganistão
Uma importante conferência internacional decorreu, esta terça-feira, na capital afegã, Cabul, para debater a paz e a segurança naquele país e garantir que todos os objetivos são cumpridos na missão de retirar as tropas internacionais do Afeganistão em 2014.O chefe de Estado afegão, Hamid Karzai [na foto], e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, presidem à conferência que reuniu mais de 70 representantes internacionais no Ministério dos Negócios Estrangeiros, para acertar quais deverão ser as metas a alcançar pelo executivo afegão em termos de segurança e desenvolvimento do país.
O documento final da conferência revela que “a comunidade internacional expressou o seu apoio ao objetivo proposto pelo presidente afegão, que visa a total autonomia das forças de segurança nacionais em todas as operações militares em curso nas províncias afegãs, até ao final de 2014”.
Para isso, os participantes da conferência ouviram as propostas concretas do executivo afegão no sentido de melhorar o desempenho governativo (as acusações de corrupção têm sido uma constante), o desenvolvimento económico e social, a justiça e de garantir o respeito pelos direitos humanos e o recurso à ajuda internacional.
Apesar de o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, ter reconhecido que a retirada das tropas britânicas do Afeganistão em 2014 é uma meta “realística”, o secretário-geral da NATO frisou que a sua missão “apenas vai terminar quando – e apenas quando – os afegãos conseguirem garantir a segurança do seu país autonomamente”, declarou à BBC.
Outra das questões centrais da reunião de Cabul prende-se com o processo de reconciliação com os chamados “talibãs moderados”. A chefe da diplomacia dos EUA, Hillary Clinton, instava Karzai e o Governo afegão a negociar com os talibãs que “exprimam as suas ideias nas urnas e não pela força das armas”.
O emissário americano Richard Holbrook exigiu ainda garantias de Cabul sobre a utilização de 165 milhões de euros prometidos para financiar o programa de “recuperação” dos talibãs moderados – os que lutam por questões monetárias apenas.
Nesta matéria, Portugal fez-se representar pelo secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
Portugal substitui tropas especiais por 191 formadores
Na mesma linha dos objetivos traçados na conferência, o Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) aprovou, dia 16 de julho, o envio de uma equipa de formadores, constituída por 191 militares, para a missão da NATO no Afeganistão e a retirada da Força de Reacção Rápida que está naquele teatro.
O comunicado da reunião, lido pelo secretário do CSDN, refere ainda que a equipa será composta por “um comandante, equipas de formadores/instrutores, duas equipas operacionais de monitorização e ligação, um módulo de apoio, uma célula de informações e pessoal destacado nos quartéis generais, um total de 191 militares”.
Portugal tem atualmente 254 militares na missão da ISAF no Afeganistão, distribuídos por uma Força de Reacção Rápida, duas OMLT e um módulo de apoio.