Aisha foi obrigada a casar-se ainda adolescente com o marido mais velho.
Tentou escapar e aplicação do castigo pela tentativa de fuga foi a
mutilação do nariz e orelhas.
O rosto desfigurado pelo marido “ofendido na sua honra” tornou-se um símbolo da opressão talibã às mulheres no país. O mundo solidarizou-se com Aisha que partiu depois para os EUA para ser submetida a cirurgia plástica de reconstrução do nariz mutilado.
Esta semana apareceu em público na cadeia televisiva da ABC depois de lhe ter sido atribuído o prémio “Enduring Heart Award” da Fundação Grossman Burn, em Los Angeles, que reconhece a coragem de mulheres vítimas da bárbarie humana.
A Fundação Grossman Burn acolheu a jovem afegã nos EUA depois de ter sido resgatada por médicos americanos no Afeganistão. A operação de reconstituição será financiada por esta fundação humanitária sem fins lucrativos, num processo que demorará cerca de oito meses.
Serão utilizadas cartilagens, osso e tecido de outras partes do corpo de Aisha para a reconstrução do nariz e das orelhas.
“Aisha é relembrada todos os dias do seu cativeiro cada vez que se olha ao espelho. Mas ainda há alturas em que consegue sorrir. E é nesse momento que vemos o seu espírito jovem a mostrar-se num corpo que já sofreu uma vida inteira de injustiças”, afirma o DR Peter H Grossman, responsável pela Fundação.