O dispositivo é composto por vários elétrodos impressos num papel. Depois, a pele recebe uma “suave” corrente elétrica durante dez minutos, o tempo suficiente para os iões de sódio presentes no fluido entre as células da pele serem obrigadas a percorrer todos os elétrodos do adesivo.
Quando os iões encontram moléculas de glicose, transportam-nas durante este percurso e o sensor presente no adesivo mede a carga elétrica produzida pela glicose, conseguindo assim, desta forma, determinar os níveis de glicose do paciente.
O dispositivo já foi testado em 14 pessoas, sete homens e sete mulheres, todos com idades entre os 20 e os 40 anos e sem historial de diabetes, explica a universidade em comunicado.
Nenhum dos voluntários sentiu qualquer desconforto durante o teste, e apenas um pequeno número de pessoas apontou um “ligeiro” formigueiro durante a experiência.
Mecanismo é “tão eficaz” como a tradicional 'picada no dedo'
Já para avaliar como é que o dispositivo identifica os picos de glicose após as refeições, os participantes ingeriram um pequeno lanche rico em carbono. O adesivo mostrou ser tão eficaz como o tradicional medidor de glicose, através da picada no dedo.
A equipa de investigadores está neste momento a trabalhar em técnicas que façam com que o adesivo dure mais tempo, tendo como prioridade manter o seu custo de produção baixo.
“Atualmente o sensor do adesivo dura apenas um dia. Ele é extremamente barato (custa poucos cêntimos) e pode ser substítuido sem grandes encargos”, sublinha Amay Bandodkar, um dos investigadores.
Até ao momento, este adesivo ainda não consegue determinar o tipo de leitura numérica que o paciente poderá necessitar para regular a sua glicose, mas os investigadores do Center for Wearable Sensors já estão a desenvolver uma técnica para o fazer.
“A leitura irá, eventualmente, ser equipada com um mecanismo Bluetooth que poderá enviar a informação diretamente, em tempo real, ao médico do paciente ou ficar armazenada na nuvem”, contou Amay.
Mecanismo poderá também descobrir a presença de álcool e drogas
Para o cientista, este dispositivo poderá permitir outras utilizações, como por exemplo detetar outros metabólitos (substãncias geradas pelo metabolismo) no corpo, ou avaliar a eficácia de certos medicamentos.
Este pequeno dispositivo poderá ainda ser usado para medir outros químicos presentes no organismo, bem como detetar a presença de álcool e drogas no sangue.
De acordo com o mesmo comunicado, a nova técnica promete ser um “passo em frente” na medição da glicose em pessoas com diabetes. O estudo foi publicado no mês passado na revista Analytical Chemistry.
Em 2002, já se tinha desenvolvido um dispositivo semelhante, o GlucoWatch, um relógio que medida os níveis de glicose, mas que rapidamente deixou de ser vendido. Em causa estavam várias queixas de que este aparelho causava irritações na pele.
Notícia sugerida por Maria Pandina e Elsa Martins