Segundo Ricardo Santos, diretor do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, em declarações à Lusa, “existem alterações específicas que podem ser implementadas nas práticas piscatórias” de forma a “reduzir a mortalidade da tartaruga-boba”, sem porem em causa a “subsistência dos pescadores”.
Os investigadores defendem, em concreto, alterações nos aparelhos de pesca, no isco, na altura do dia em que os aparelhos são recolhidos e no manuseamento e na libertação das tartarugas capturadas e também a criação de um programa de observação para avaliar a “extensão do problema”.
De acordo com os estudos internacionais, a tartaruga-boba apresentou um declínio no número de ninhos na ordem dos 40 por cento na última década, o que a torna uma espécie “em perigo”.
Ricardo Santos apelou ainda aos açorianos para que contribuam na proteção desta espécie, evitando, por exemplo, lançar lixo ao mar, em especial plásticos, que as tartarugas habitualmente confundem com águas-vivas (alforrecas), acabando por morrerem asfixiadas.