Foi há 70 anos que o casco do SS Gairsoppa chegou ao fundo do oceano, perto da costa da Irlanda. O navio vinha da Índia, carregado de prata, chá e gusa (ferro fundido moldado em barras). A meio da viagem começou a ficar sem combustível, o que o obrigou a fazer um desvio para o porto irlandês de Galway. Esta seria uma decisão fatal. Um Submarino alemão aproveitou a oportunidade e torpedeou o cargueiro no dia 17 de fevereiro de 1941.
A descoberta foi feita pela Odyssey Marine Exploration, que ganhou o concurso para procurar o navio. A equipa de exploração norte-americana vai ficar com 80% do valor da carga encontrada, segundo o contrato assinado com o Departamento dos Transportes inglês.
Os destroços encontrados a 4700 metros de profundidade foram detetados graças a uma tecnologia baseada em sonares, o MAK-1M, com o apoio do navio de exploração russo RV Yuzhmorgeologiya, informa a Odyssey Marine. Durante a expedição foram conseguidas imagens do navio que comprovam a sua identidade e que possibilitaram uma análise do seu estado de conservação para posteriores operações de recuperação.
“Concluímos a primeira fase do projeto – a localização e identificação dos destroços”, explicou o responsável pelo projeto da Odyssey Marine, Andrew Craig, à BBC. “Agora temos de trabalhar arduamente na fase de recuperação”.
Andrew Craig está confiante de que a próxima etapa, que deve começar na primavera de 2012, será também bem-sucedida, cita a BBC.
Além da prata, os investigadores acreditam que é possível encontrar ouro. Mark Gordon, presidente da Odyssey Marine, disse que existem documentos que sugerem que as barras de prata contêm 2,5% de ouro. No entanto, para os exploradores é também importante homenagear as vítimas do naufrágio.
“Ao encontrarmos os destroços e contarmos a história, prestamos tributo aos bravos marinheiros mercantes que perderam as suas vidas”, explicou Neil Dobson, arqueólogo chefe da Odyssey.
De acordo com os dados da Lloyd's War losses, apenas uma pessoa sobreviveu ao torpedo, o Segundo Oficial, Mr. R.H. Ayres. Apesar de 32 membros da tripulação terem conseguido chegar aos botes salva-vidas, só um se conseguiu salvar. Richard Ayres alcançou a costa 13 dias depois do naufrágio.
Também no Atlântico foram descobertos em 1986 os destroços do mais famoso transatlântico, o RMS Titanic. O navio encontra-se a 3800 metros de profundidade. O seu naufrágio ocorreu em 1912 e foi considerado como a maior perda humana no mar em tempos de paz.
Veja o video da expedição, clicando no link em cima.
[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]