A investigação, que durou cerca de 18 meses, foi liderada pela cientista Aarthi Narayanan e demonstrou que a curcumina conseguiu travar vírus associados a infeções virais, nomeadamente a mortal febre do vale do Rift (RVF, sigla em inglês) que afeta não só humanos como também animais. Os testes revelaram que aquele componente do açafrão é capaz de impedir a multiplicação das células afetadas pelo vírus.
Narayanan explica que embora o açafrão da Índia, também chamado açafrão amarelo, “não tenha sido levado a sério, durante muito tempo, por ser apenas uma especiaria”, a situação está a alterar-se. Neste momento, a ciência está a transformar aquele composto da medicina indiana caseira num elemento farmacêutico capaz de combater os vírus e impedi-los de chegar às células saudáveis.
Já outras investigações tinham apontado a curcumina como um elemento que inibe, naturalmente, um vasto número de vírus, explica a investigadora. Porém, o recente estudo demonstra como isso acontece: a curcumina interfere com a forma como o vírus manipula as células humanas, impedindo a sua contaminação. Esta intervenção não permite que a infeção alastre e abre espaço para o combate eficaz ao elemento do organismo que ‘hospeda’ o vírus.
Muitas vezes o corpo reage de forma exagerada à infeção, com sintomas violentos, frisa Narayanan, o que afeta várias células que nem sequer tiveram contacto direto com a fonte da infeção, por exemplo, um mosquito. Controlar aqueles sintomas através da curcumina não só melhora o estado do paciente como também dá ao antiviral uma hipótese de combater o ‘hospedeiro’ do vírus.
Perante os novos dados, a investigadora refere que a curcumina, em última análise, pode vir a ser parte dos medicamentos utilizados para combater as infeções. No entanto, serão necessários novos testes que Narayanan se encontra já a planear. Em caso de sucesso, a investigação será alargada a outros vírus, nomeadamente o do HIV.
Clique AQUI para aceder ao estudo publicado no Journal of Biological Chemistry (em inglês).