Uma equipa de investigadores da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, EUA, revelou esta semana, no 219º encontro da Sociedade Americana de Astronomia, a cor da nossa galáxia, a Via Láctea. Segundo a equipa, a cor da Via Láctea é um branco puro quase da cor de um floco de neve.
A investigação dos cientistas centrou-se sobre qual seria o aspeto da nossa galáxia vista por fora, algo que consideraram ser uma tarefa difícil, uma vez que o planeta Terra está dentro dela.
Para chegarem à descoberta da cor da Via Láctea, Jeffrey Newman e Timothy Licquia utilizaram os dados obtidos no projeto Sloan Digital Sky Survey (SDSS). Com a ajuda do telescópio do observatório Apache Point, instalado no Novo México, EUA, o SDSS rastreou milhões de galáxias.
Foi com a informação que obtiveram através do telescópio que os cientistas partiram para a análise das propriedades de milhões de galáxias.
Depois identificaram as galáxias que tinham semelhanças com a Via Láctea em relação ao número de estrelas e ao rácio de novas estrelas em formação. Assim, chegaram ao resultado, o retrato que valida o nome da nossa galáxia, onde está o nosso sistema solar: a Via Láctea.
“A melhor descrição da cor da Via Láctea é como a neve acabada de cair na primavera, que tem grãos finos, cerca de uma hora depois do amanhecer ou uma hora antes de o anoitecer, iria ver-se o mesmo espetro de luz que um astrónomo alienígena de outra galáxia veria, se olhasse para a Via Láctea”, explicou Newman à BBC News.
A importância da descoberta e as dificuldades
“Para os astrónomos, um dos parâmetros mais importantes, atualmente, é a cor da galáxia”, revelou Jeffrey Newman, da Universidade de Pittsburgh, à BBC News.
Segundo a equipa de cientistas, a importância da descoberta vem dar um maior conhecimento da nossa galáxia, uma vez que através dela é possivel saber a idade das estrelas da galáxia, quais as estrelas que se formaram recentemente ou quais aquelas que estão na gálaxia há milhares de anos.
O Professor Newman revelou à audiência do 219º Encontro da Sociedade Americana de Astronomia, uma das principais dificuldades do estudo. “Não só procuramos saber como seria a Via láctea vista de fora, como tivemos a visão bloqueada pela poeira espacial”.
Tendo em conta esta condicionante, os astronómos só conseguiram ver até um a dois milhares de anos luz na direção da Via Láctea.