Anteriormente, os cientistas pensavam que os anticorpos lutavam para reduzir a infeção atacando os vírus fora das células e bloqueando-lhe a entrada. A nova pesquisa mostra que os anticorpos ficam acoplados aos vírus quando estes tentam entrar também nas células saudáveis, conforme adianta Leo James, um dos investigadores.
“Embora ainda seja cedo, e ainda não sabermos se todos os vírus estão abrangidos por este mecanismo, estamos excitados com a nossa descoberta que pode levar a desenvolver diversos novos medicamentos anti-virais contra este vírus” para o qual existem apenas muitos antibióticos, explica James.
Uma vez no interior da célula, esses mesmos anticorpos provocam uma resposta, “conduzida” por uma proteína chamada TRIM21, que “arrasta o vírus para um sistema de eliminação utilizado pela célula para se livrar de material não desejado.
O processo acontece rapidamente, geralmente antes de a maioria dos vírus ter tido hipótese de danificar a célula. Os cientistas do MRC descobriram também que se os níveis da proteína TRIM21 nas células forem aumentados, este processo torna-se mais eficaz, o que sugere novos modos de fazer melhores drogas anti-virais.
“Os anticorpos são temíveis máquinas de guerra; sabemos agora que podem continuar a atacar os vírus já no interior das células”, disse o vice-director do laboratório do biologia Molecular do MRC, Sir Greg Winter citado pela RTP Online.
“Esta pesquisa não só representa um salto na nossa compreensão sobre como e onde os anticorpos funcionam, mas também, e de uma forma mais geral, na nossa compreensão sobre a imunidade e a infecção” acrescentou.
[Notícia sugerida pelo utilizador José Freire e Raquel Baêta]