O jornal El País publicou um artigo com a história da reabilitação cultural feita na emblemática Fábrica de Braço de Prata, em Lisboa, pelas mãos do português Nuno Nabais.
O jornal El País publicou um artigo com a história da reabilitação cultural feita na emblemática Fábrica de Braço de Prata, em Lisboa, pelas mãos do português Nuno Nabais. “Magia numa fábrica de metralhadoras”, é o título do texto escrito por Antonio Jiménez Barca, que ficou rendido “ao espaço cultural mais alternativo da capital”.
Cobiçada pelas imobiliárias da região, a antiga fábrica acabou por ir parar às mãos de um professor de Filosofia. “Em apenas sete dias, como se fosse Deus”, o português transformou “os gigantescos escritórios administrativos de uma velha e abandonada fábrica de metralhadoras num espaço para concertos, bares, dança, meditação budista, cinema e raras exposições, incluindo, por exemplo, coleções de Barbies fetichistas”.
Além disso, há ainda a “sala de jazz com o piano com a sonoridade mais pura de toda a Lisboa, segundo os músicos que o tocam” e uma “biblioteca inesgotável”.
A obra de Nuno Nabais encontra-se numa zona “meio abandonada da cidade, cheia de fábricas em ruínas e de ruas portuárias e vazias, e entre as “modernices da Expo 98 e a antiga estação ferroviária de Santa Apolónia”. Em suma, “um resumo decadente da já por si decadente Lisboa”, escreve o autor. “E quem diz decadente, quer dizer encantadora”, acrescenta.
As instalações contam com “dois andares, lobbies com piso axadrezado, uma escada de outra época, um quintal do tamanho de um estacionamento de supermercado de Wisconsin, onde Nabais, sempre atento, instalou uma tenda de circo de verdade”.
Tudo começou em 2007 quando o professor, “cansado do ensino e com experiência em gestão de livrarias alternativas bem sucedidas”, fez uma proposta e chegou a acordo com o setor imobiliário. “Convocou os seus cinquenta alunos de Filosofia, pediu ajuda aos amigos arquitetos e, num período de sete dias semelhante ao Genesis, a vida frenética estava de volta à fábrica”.
Passados cinco anos, mais de 400 exposições e centenas de concertos depois, Nabais diz que cuidar daquele enorme edifício é, simplesmente, “um gesto filosófico”. Nas noites mais gloriosas, a Fábrica já chegou a juntar cerca de 800 pessoas no interior, empregando, atualmente, doze funcionários.
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Notícia sugerida por Maria da Luz