A Católica no Porto promove, a 26 de abril, a terceira e última sessão do Porto Tónico, iniciativa promovida no âmbito das comemorações dos 50 anos da Universidade Católica Portuguesa. “The future of work” dá o mote ao encontro que analisa os desafios que a robótica e a inteligência artificial colocam ao futuro do trabalho, assim como o impacto que a tecnologia, a demografia e a globalização possuem neste domínio. Carlos Moedas – comissário da União Europeia para a Investigação, Ciência e Inovação – marca presença na sessão que debate a mudança dos modelos económicos e de negócios, a diminuição da segurança no emprego, o crescimento de empregos fora do padrão tradicional e, ainda, a deslocalização do local de trabalho.
José Carlos Caldeira (da MANUFUTURE Technology Platform), João Paulo Oliveira (administrador da The Navigator Company) e Marisa Tavares (docente da Católica Porto Business School) participam, também, no encontro, cruzando as perspetivas que a tecnologia, a indústria e a academia têm desta matéria. O evento assume-se, ainda, como o ponto de partida de uma preocupação que a Católica no Porto coloca, agora, na sua agenda e que será objeto de uma profunda reflexão interna no sentido de garantir que os alunos da instituição estão preparados para resistir aos efeitos que esta “revolução” pode introduzir a nível nacional e internacional.
A inteligência artificial e a perda de postos de trabalho
O mundo encontra-se perante uma quarta revolução tecnológica, que apresenta novas características e que obriga a refletir se a sociedade e a economia terão tempo para ser resilientes perante a redução da mão de obra, consequência direta da automação/digitalização do trabalho. A realidade revela que mesmo os estudos publicados nesta área são bastante díspares – uns apontam para números de perda de postos de trabalho na ordem dos 40 por cento, enquanto outros se ficam pelos nove por cento –, o que aumenta a incerteza relativamente ao futuro.
A verdade é que, se a robótica significa uma perda de trabalho para tarefas rotineiras, a inteligência artificial ameaça outros empregos, nomeadamente aqueles que se centram em ações cognitivas. Esta possível ameaça terá, por isso, que significar uma reflexão do ensino no sentido de preparar os estudantes para esta revolução eminente.
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