Como seria de esperar, o primeiro código QR (uma espécie de código de barras – mas aos quadradinhos – que oferece ligação a conteúdos online) do mundo feito com calçada portuguesa foi criado por portugueses e pode ser visto em Lisboa, na rua Garrett, Chiado.
A iniciativa arrancou a pedido da Associação de Valorização do Chiado e foi desenvolvia pela agência MSTF. Em declarações ao Boas Notícias, Tomás Froes, um dos sócios da empresa, explicou que a inspiração para esta inovação veio do próprio padrão da calçada portuguesa.
“Os códigos QR são 'desenhados' através de pequenos píxeis pretos e brancos que, no seu conjunto, criam um código único” e foi esta disposição gráfica que remeteu os criativos da MSTF para desenhar um QR “único e português” feito de calçada portuguesa, explica.
Quem usar o seu 'smartphone' para ler este código QR acede a uma página onde lê a frase “Acabou de ler o primeiro código QR do mundo feito em calçada portuguesa” e onde, além de informação histórica sobre a calçada, há um clip sonoro com som dos calceteiros a colocar as pedras. Depois, o utilizador é encaminhado para outras páginas com informações culturais e turísticas da zona da Baixa .
Este código QR original foi inaugurado no final de Julho e surpreende também pelas suas enormes dimensões: ao passo que os tradicionais QR codes têm poucos centímetros, o do Chiado apresenta o gigantesco formato de um metro de largura por um metro de altura.
Em pouco mais de um mês, revela Tomás Froes, já cerca de 16.000 pessoas “leram” este QR CODE, das quais 40% são estrangeiras (esta tecnologia permite conhecer o IP do smartphone que a aceder e saber a nacionalidade e origem do operador).
Esta fusão da tecnologia e da tradição histórica portuguesa está a criar furor, tendo já sido publicados vários artigos sobre a novidade em sites e outros meios de comunicação estrangeiros, sobretudo no Brasil. Aliás, o próximo objetivo da MSTF é exportar esta inovação para outras cidades do país e do mundo.
Calçada portuguesa mais segura graças ao granito
Além desta novidade tecnológica, uma outra iniciativa – menos percetível – promete mudar a qualidade da calçada portuguesa. Devido às inúmeras queixas de quedas resultantes de “escorregadelas” na calçada, sobretudo em zonas mais íngremes, a câmara de Lisboa tem vindo a introduzir, nalgumas áreas, calcetes de granito entre as tradicionais pedras de calcário e basalto dos passeios.
Recentemente, em declarações a agência Lusa, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, revelou que a autarquia já está a “testar” uma solução para tornar as “calçadas mais seguras”. A ideia, segundo Manuel Salgado, passa por “misturar granito nas calçadas em áreas históricas”, porque “este material agarra melhor”.
É o caso da calçada da Estrela onde, este ano, a Brigada de Calceteiros aplicou pedras de granito antiderrapante. Sendo um material que oferece mais atrito, a autarquia espera assim tornar os passeios mais seguros, diminuindo o número de “escorregadelas” – e de queixas – dos munícipes de Lisboa.
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