por Manuel Tavares de Matos, presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral
A espondilartrose é uma doença que afeta as articulações da coluna vertebral e que resulta do processo de desgaste entre as vértebras da coluna. De causa sobretudo genética é agravada pela obesidade; ocupação profissional (vibração provocada em trabalhadores que usam martelos pneumáticos ou sobrecarga provocada pelo transporte de pesos); doenças endócrinas (diabetes mellitus, acromegalia e outras) e doenças metabólicas (como a doença de Paget, gota, etc.). É mais frequente a partir dos 40 anos.
Os principais sintomas são dores intensas, normalmente na parte inferior das costas, sensação de peso, queimadura ou formigueiro na coluna, dificuldade em realizar movimentos simples como andar ou sentar e diminuição de força nas pernas. Estes sinais pioram quando a pessoa fica muito tempo na mesma posição, sobretudo “dobrada” ou faz algum esforço físico. Rigidez matinal pode acompanhar o quadro, assim como perda da flexibilidade da coluna.
O diagnóstico pode ser feito com recurso a avaliação clínica, observação do doente, complementado com radiografias e ressonância magnética.
O tratamento é variável e depende da causa, idade da pessoa, atividade, esperança de vida, qualidade do suporte ósseo, níveis atingidos, etc. O tratamento dos sintomas pode ser feito com analgésicos, anti-inflamatórios, fisioterapia (recuperação funcional e meios físicos anti-inflamatórios). Pode ainda ser necessário o recurso a tratamentos cirúrgicos como a substituição artroplástica do disco, a fusão de vértebras adjacentes ou a infiltração com corticoides e/ou analgésicos.
Para prevenir a espondilartrose é importante evitar esforços desnecessários; manter o peso dentro dos padrões considerados normais; fazer atividade física de modo regular (como caminhadas, bicicleta ou hidroginástica, por exemplo).