Ano após ano o cenário mantém-se: baronas de cigarro, maços de tabaco e garrafas de plástico continuam a liderar o tipo de lixo presente no areal da praia portuense. No entanto, para além da extensão de areia, também a zona rochosa mereceu a atenção dos participantes e foi aqui que, este ano, foi encontrada uma maior percentagem de lixo. Um fenómeno que resulta da acumulação de resíduos de longa data, como redes de pesca, garradas de vidro, garrafões, sapatilhas, bóias, entre outros.
De notar que no fim da época balnear, assinalada a 15 de setembro, as praias portuenses são sempre limpas pelas entidades competentes. Ou seja, a maior parte do lixo recolhido no areal foi depositado depois desta altura.
Para Rui Ferreira, diretor geral do SEA LIFE Porto, é um fenómeno preocupante. “Por vezes, o lixo que encontramos depositado nas praias é trazido pela ondulação do mar, provocada pelo vento e pelas tempestades. No entanto, nas últimas semanas a maré tem estado bastante calma, pelo que o lixo acumulado resulta maioritariamente de detritos depositados em terra”. Para o responsável do espaço de entretenimento e ciência marinha ainda há muito trabalho a fazer. “As mentalidades já começam a mudar, há um a grande adesão de participantes em ações deste tipo. No entanto, há ainda uma percentagem muito elevada de pessoas que não estão sensibilizadas para estas questões urgentes, que são de cariz cívico”, conclui Rui Ferreira.