Editado em Portugal no ano passado, sob a chancela da D. Quixote, o livro tem como narrador um homem com mais de 100 anos, preso a uma cama de hospital. No relato que faz da sua vida, revive também parte da história do Brasil, incluindo a ditadura militar.
Mais conhecido como músico e compositor, Chico Buarque não se considera, contudo, um amador na literatura, como disse na cerimónia. “Eu não me considero um escritor amador, mas as pessoas consideram” e, para o brasileiro “isso é bom”, porque de cada vez que volta à escrita a mão está destreinada e “tem que pegar a mão outra vez”.
Buarque já editou outros dois romances – o primeiro, “Estorvo”, chegou às bancas há 20 anos, seguindo-se-lhe “Budapeste”. É também autor de várias peças de teatro, incluindo “Roda Viva” e “Gota d´Água”, que inclusivamente já foi apresentada em Portugal.
A cerimónia da oitava edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura, apresentada pelo humorista Jô Soares, em São Paulo, incluiu ainda uma homenagem a José Saramago, falecido este ano. Recorde-se que a sua obra “Caim” estava na corrida ao prémio, até ter sido retirado da lista de nomeados a pedido da Fundação Saramago.