2018 está a ser um ano marcado pelo tema da transformação digital e pela aceleração das empresas em função desta digitalização. Na área dos Recursos Humanos (RH), a tecnologia é mais do que um instrumento utilizado na gestão de pessoas, tornando-se cada vez mais o ambiente em que esta gestão deve ser feita. Como tal, as tendências que marcam o fim do ano vigente são tecnológicas.
Ao longo deste ano, o tema dos dados pessoais está omnipresente: desde a quantidade de dados disponíveis até à sua proteção. Foi ano do novo regulamento que se destina a proteger melhor a identidade de todos nós, o ano do primeiro exercício nacional de cibersegurança. Como tal, a chamada big data, ou seja, a vasta quantidade de dados processados, vai estar na ordem do dia. No entanto, mais importante que a quantidade de dados existente, é a sua análise e saber que informação extrair de toda a informação disponível. A big data é considerada o futuro dos RH. Cada vez mais as empresas têm acesso a dados dos seus colaboradores, tanto no processo de seleção como na retenção de talento. Através dos dados disponíveis, as empresas conseguem trabalhar para uma melhor experiência do colaborador.
Nas tendências previstas encontra-se a Inteligência Artificial (IA), em muito potenciada pela big data. Os softwares utilizados nas áreas de outsourcing de serviços são cada vez mais automatizados e, graças à vasta quantidade de dados agora acessíveis e ao machine learning (a capacidade das máquinas aprenderem por si mesmas), verifica-se que a IA ganha cada vez mais uma capacidade de tomada de decisão, sempre com o apoio “humano”. Pode ser possível que, num futuro muito próximo, uma pré-seleção de candidatos seja feita por máquinas, deixando a decisão final aos responsáveis de Recursos Humanos, afirma Reyes Palomares, Diretora da Área de Recursos Humanos e Processamento Salarial da Seresco.
No LinkedIn, por exemplo, observa-se a combinação destas três tecnologias (big data, IA e machine learning) na utilização dos algoritmos, uma ferramenta que coloca os computadores a agir de forma inteligente e a trabalhar de forma autónoma. Esta combinação reflete-se quando aparece uma vaga baseada nos interesses de carreira de cada um, nos seus perfis, ou mesmo relacionada com os clicks, visualizações ou interesses, partilha Reyes Palomares.
Outro fenómeno que será ainda mais observado em 2018 é o da cloud. A maioria das empresas começa agora a funcionar com um sistema de cloud, podendo aceder aos seus dados a partir de qualquer local e a qualquer hora, desde que exista acesso à Internet. Esta ferramenta, associada à Internet of Things, isto é, a conexão disponível em diferentes dispositivos móveis, permite o trabalho remoto que é, cada vez mais, uma realidade. O trabalho no século XXI possibilita (e requer) uma mobilidade e flexibilidade crescentes.
A importância dos dados, associada à urgência da sua proteção e ao facto de viajarem” por diferentes dispositivos, exige uma segurança acrescida. A blockchain é uma das tecnologias mais recentes e revolucionadoras dos últimos tempos e uma ferramenta que está reestruturar a forma de se trabalhar, sendo uma das grandes tendências de 2018. No caso do processamento salarial, a blockchain apresenta-se como uma solução quase perfeita: por permitir a partilha de informação de forma completamente segura e confidencial, pode ser utilizada para gerir o pagamento de colaboradores, bem como os seus dados pessoais, afirma a Diretora da Área de Recursos Humanos e Processamento Salarial da Seresco.
Em 2018 trabalhamos e vivemos numa sociedade em rede, dependente das novas tecnologias da comunicação e informação. Existe mais informação disponível que nunca antes. A questão que ainda se coloca é: de que forma é que essa informação vai ser utilizada? E será que essa é a utilização correta?, questiona Reyes Palomares. Na área dos Recursos Humanos, é importante termos as pessoas certas, que saibam o que fazer com as informações extraídas dos dados recolhidos. Para todas as indústrias, é importante acompanhar o passo, cada vez mais galopante, da evolução tecnológica e adaptar o dia-a-dia a esta envolvência. Atualmente, a nossa envolvência é uma sociedade da informação, completamente interligada. E, como sempre se previu, a questão é como usar toda esta informação corretamente.
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