Integrados numa equipa internacional de cientistas, quatro físicos do Instituto Superior Técnico de Lisboa têm vindo a desenvolver um novo método para a obtenção de radiografias, baseado na utilização de luz laser e plasmas. A ideia é conseguir imagens mais nítidas e tornar a técnica menos dispendiosa.
Neste momento, os raios X são gerados nos sincrotrões, máquinas compostas por um túnel circular com um perímetro de centenas de metros a alguns quilómetros, onde feixes de eletrões são acelerados e curvados quando passam por ímanes ao longo do percurso.
Contudo, estes dispostivos ainda não permitem “obter imagens completas da estrutura de vírus, dado que existem dificuldades na cristalização dos vírus e o brilho das fontes de sincrotrão não permite imagens com o contraste necessário”, explica o físico Luís Oliveira e Silva, do IST, em declarações ao jornal Público.
Esta semana, a equipa em que se integra o físico português demonstrou o novo método que desenvolveu na publicação Nature Physics. Servindo-se de um impulso laser muito intenso e curto, que, ao passar por um gás (hidrogénio ou hélio), o transforma em plasma, os cientistas obtiveram imagens mais brilhantes e de maior contraste. Mais tarde, espera-se que seja possível radiografar vírus e outros sistemas biológicos ainda vivos.
Além de Luís Silva – que ganhou agora uma bolsa europeia de investigação de 1,6 milhões de euros – participam neste estudo os investigadores Joana Martins, Samuel Martins e Ricardo Fonseca.