Dois braços altamente complexos e totalmente articulados compõem a tecnologia habilitadora da cozinha que tem capacidade para reproduzir fielmente os movimentos de uma mão humana. A partir daqui, qualquer cozinha estará apta a confecionar uma refeição digna de um chefe humano!
Na verdade, a Moley Robotics não cozinha como uma máquina, ela captura os movimentos hábeis da atividade humana. Tim Anderson, inovador culinário que também venceu o concurso MasterChef da BBC (2011), desempenhou um papel fundamental por ensinar o protótipo a cozinhar, tendo inicialmente criado um prato para testar as capacidades do sistema.
Num estúdio próprio foi gravada a confeção de uma sopa de caranguejo. Todos os movimentos do chefe Tim Anderson foram capturados e traduzidos em movimento digital a partir de algoritmos criados para o efeito com a colaboração da Moley e equipas da Sadow Robotics (Reino Unido), da Universidade de Stanford (Estados Unidos) e da Escola de Estudos Avançados de Pisa (Itália).
Deste modo, o robô não cozinha como Tim, mas a habilidade, técnica e execução do prato são efetivamente do chefe.
Os sistemas de captura de movimento e de tradução, de fácil utilização, permitirão aos consumidores e profissionais registarem e partilharem as suas receitas numa biblioteca digital, disponível em vários mercados. A originalidade da Moley Robotics reside assim no facto de os utilizadores poderem selecionar, não só um prato, mas também o chefe que o criou, passando a ter a experiência virtual de ter um cozinheiro célebre a cozinhar para si, na sua casa.
O fundador da empresa, Mark Oleynik, cientista em computação, robótica e inovação em saúde, refere que o robô chefe “move-se como uma pessoa e na mesma velocidade”. Daí que a Moley Robotics possa ajudar os verdadeiros cozinheiros e até ser usada como auxiliar de ensino, mostrando aos estudantes como preparar uma nova receita de forma mais eficaz que um livro ou um vídeo.
Segundo a companhia, a cozinha robótica pode ainda diminuir os resíduos alimentares a partir do momento em que, ao escolher-se uma receita, as proporções de ingredientes necessários poderão ser entregues em casa para o chefe metálico poder começar a cozinhar. Além disso, como alternativa viável às refeições prontas, poderíamos reduzir a nossa dependência de alimentos pré-embalados.
Com um design elaborado por uma equipa internacional, a Moley é moderna e atraente, sem ser demasiado “ficção científica” e o seu sistema modular integra um conjunto completo de eletrodomésticos de qualidade profissional, armários, utensílios e recursos de segurança, computação e robótica.
A Moley Robotics, não só aprende as receitas, como as cozinha e limpa-se no final!
Projetada para qualquer tipo de habitação, a cozinha robótica Moley estará à venda já a partir do próximo ano.
Mark Oleynik acredita que em 2021, três anos após o lançamento, a Moley Robotics seja comercializada por 35 mil dólares (cerca de 33 mil euros) – o equivalente ao gasto médio na renovação de uma cozinha, antecipando um potencial de mercado de 5,95 milhões de lares em 17 países.