Este é o segundo número desta nova revista virada para a inovação e para o empreendedorismo, e o primeiro integralmente preparado em 2016.
Inovação empresarial e Empreendedorismo estão na base dos desígnios essenciais da economia portuguesa: mais investimento privado virado para a capacidade competitiva no mercado e para a subida na cadeia de valor; mais empresas a internacionalizar e mais empresas a exportar.
A inovação é o cerne da capacidade competitiva das empresas, expressão que utilizo pelo menos há 8 anos. Inovação como base de diferenciação competitiva, inovação como a centelha que faz com que a empresa não se mantenha a fazer exatamente o mesmo, exatamente da mesma maneira, sujeita a redução de margens e a esmagamento pela concorrência.
Inovação que gera produtividade, cria novidade para o mercado (assim percebida pelos seus clientes) e melhora procedimentos internos. Isto é, cria capacidade competitiva e melhora o posicionamento da empresa.
Sem investimento, não há capacidade de sustentar uma estratégia virada para a diferenciação e para inovação. A inovação é uma atividade contínua e não uma abordagem ad-hoc, sem prejuízo da importância da capacidade de identificar e aproveitar as oportunidades, quando elas surgem.
Sabemos que uma abordagem sustentada à inovação passa também pela sua rede de parceiros, ainda que não formalizada. Isto é, a dimensão estratégica das empresas pode ser alargada pela sua relação com centros de saber, universidades, politécnicos, centros tecnológicos, empresas parceiras e outras redes em que participem.
O empreendedorismo que tenha como base a criatividade e a inovação constitui uma importante oportunidade para alargar a “fronteira” estratégica das empresas no domínio da inovação. Daqui decorre que devemos procurar estimular uma cultura mais virada para o empreendedorismo, sobretudo para o empreendedorismo dito qualificado, com claros efeitos de arrastamento.
Como referia Peter Drucker, Innovation is the specific instrument of entrepreneurship…the act that endows resources with a new capacity to create wealth.
A inovação é a base da sobrevivência e do crescimento de empresas no mercado global, mesmo daquelas que atuam em nichos de mercado. O empreendedorismo nasce da criatividade e tem um impacto importante na criação de emprego.
Muitas das empresas que estão a crescer a ritmos elevados, acima de 10% ao ano) são empresas criadas recentemente, nomeadamente nos intervalos de há menos de 5 ou há menos de 10 anos. Estes intervalos no seu conjunto, representam já mais de 50% das empresas não financeiras.
Um sinal positivo, de acordo com os resultados do Global Entrepreneurship Monitor, é de que a Taxa de Atividade Empreendedora early-stage em Portugal andará já perto dos 10%, situando-se acima da média europeia. Este desempenho refletirá o mérito do trabalho em curso, no âmbito do ecossistema empreendedor, para colocar Portugal no radar do empreendedorismo mundial, por diversas entidades entre as quais o IAPMEI e suas participadas Portugal Ventures e Sociedade de Garantia Mútua.
Sem investimento privado não há inovação nem incremento de atividade empreendedora. Também as exportações não podem continuar a crescer ao ritmo que têm crescido sem uma adequada retoma do investimento. Estas são portanto as atuais prioridades da política pública.
O IAPMEI manterá a sua atuação focada nestas prioridades de política pública e, direta ou indiretamente, na conceptualização e implementação de iniciativas dirigidas e adaptadas a todo o ciclo de vida das empresas. Politicas públicas que estarão sempre viradas para a promoção do investimento, da inovação, do estímulo para a competitividade e orientação para a internacionalização.
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