Se já temos muitos chefs e restaurantes premiados, seguramente alguns deles estão representados no novo Mercado da Ribeira, também conhecido como Time Out Market.
Este novo espaço, que transformou o principal mercado de Lisboa num ponto de encontro gastronómico, reúne algumas das lojas de alimentos e restaurantes favoritos da cidade.
Atraindo cerca de nove mil visitas diárias, Catarina Mendonça Ferreira, responsável pela curadoria e comunicação do Time Out Market, fala-nos como surgiu a ideia para a recuperação do mercado tradicional. “Nasceu numa altura (2010) em que a revista Time Out Lisboa andava à procura de um espaço de redação maior, que pudesse contemplar também uma área para pequenos eventos como concertos e conferências. Queríamos algo pequeno, não mais do que 1500 metros quadrados. Foi nesta altura que nos deparámos com o concurso que a Câmara Municipal de Lisboa lançou para a renovação de parte do Mercado da Ribeira. Apesar de ser um espaço muito maior do que aquele que pretendíamos, acabámos por enviar a nossa proposta de exploração, ganhámos e aqui estamos nós”.
Admitindo que o projeto também foi “um caminho alternativo ao digital que a Time Out encontrou para tentar sobreviver num mundo editorial complicado”, Catarina salienta que o que torna este mercado diferente de tantos outros é o facto de os restaurantes, chefs e lojas “foram selecionados por serem considerados por um painel de especialistas (críticos, jornalistas e curadores) como os melhores da cidade. Em cada uma das categorias, escolhemos o melhor. Queremos que o Time Out Market seja um prolongamento da revista Time Out, seja gastronomicamente seja culturalmente. Como costumamos dizer se é bom vai para a revista, se é óptimo vai para o Mercado”.
Neste momento, o renovado Mercado da Ribeira tem cerca de 24 restaurantes, oito quiosques de bebidas, cinco lojas, dez bancas mono-produto, uma academia de cozinha e um quiosque na Praça Dom Luís I, bem como um restaurante no primeiro andar. São também organizados eventos culturais e outros ligados ao empreendedorismo, área que representa uma aposta relevante do Time Out Market, uma vez que, a partir de setembro irá acolher a incubadora londrina Second Home.
Pelo sucesso que o Time Out Market representa para Lisboa, outras cidades do grupo Time Out começaram a cobiçar a ideia. Catarina Ferreira refere que a Time Out Lisboa tem atualmente “uma equipa que está a trabalhar na parte da internacionalização do projeto em cidades como Londres e Nova Iorque” e, apesar de cada cidade e espaço serem muito diferentes, “têm que ter obviamente um ADN semelhante, o conceito será sempre o mesmo. Isto é a nossa mais-valia. O know-how dos nossos jornalistas, críticos e curadores que todas as semanas andam nas ruas a avaliar novos espaços (restaurantes e lojas). É esse conhecimento que trazemos para um mercado ou outros espaços semelhantes, que representem o melhor do que essa cidade tem debaixo do mesmo teto. E esta é a melhor garantia que os nossos visitantes vão ter uma experiência muito positiva”.
Rumando para norte também encontramos um bom exemplo da reconversão de um espaço tradicional, onde antigamente comerciantes vendiam frutas, legumes, carne, peixe e flores.
A história do Mercado do Bom Sucesso (MBS) remonta a 1952, data em que foi inaugurado. Em 2011 foi classificado como imóvel de interesse patrimonial e Monumento de Interesse Público pelo Ministério da Cultura e IGESPAR.
Com a sua degradação, tornou-se forçoso requalificá-lo, adaptando-a às necessidades da vida moderna atual, sem esquecer a tradição. De acordo com a equipa de gestão do espaço “a ideia da requalificação do MBS foi adaptar o mercado as necessidades da vida moderna atual, mas manter a tradição”.
Pedro Ancede, Diretor do MBS, declarou que “apesar de três anos de existência, podemos afirmar que o nosso mercado é hoje uma referência na cidade do Porto. O novo Mercado Bom Sucesso, pelo seu conceito inovador, diferenciador e dinamismo enquanto mercado urbano, e sobretudo pelo facto de se ter devolvido à cidade do Porto numa zona prime um edifício emblemático e que conseguiu um equilíbrio natural entre as raízes do mercado e as novas tendências urbanas, encontrou uma forte aceitação junto do seu público-alvo, comprovado pelas 250.000 visitas que se verificam mensalmente e com uma tendência claramente crescente”.
Aqui, mais do que juntar arte, cultura e gastronomia, o conceito assentou em atividades que aproveitam as sinergias de cada uma: um hotel, “que, para além de ser um elemento de atração turística, dado tratar-se de um hotel dentro de um mercado, procura uma associação à imagem da Casa da Música, pela sua proximidade, adotando para designação comercial, o nome de “Hotel da Música”; “a Fundação Manuel António da Mota, cuja atividade na promoção de eventos ligados à cultura, atrai visitantes nacionais e estrangeiros” e “o mercado de frescos, bancas e restauração onde se encontram os produtos da melhor gastronomia nacional que constitui sem dúvida e cada vez mais um ponto de grande interesse turístico”.
Quer estejam pela capital, quer passem pela Invicta, os turistas que visitam o país (e os residentes também) gostam de apreciar a gastronomia nacional nos novos e cosmopolitas mercados urbanos que já receberam várias distinções, como o Escolha do Consumidor em 2015 e 2016 (Time Out Market) ou o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2014, o Global Award for Excellence de 2014 e o Certificado de Excelência do TripAdvisor 2015 (Mercado do Bom Sucesso).
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