As estimativas do Observador Cetelem Automóvel 2018 apontam para a continuação do crescimento do mercado português de veículos particulares novos. As perspetivas para este ano indicam uma evolução a rondar os 3,1%, bem acima da média europeia, onde o valor deverá ficar-se pelo 0,3 pontos percentuais, ou seja, estagnará. Portugal será mesmo um dos países onde o setor aumentará as suas vendas, apenas ultrapassado por Itália (prevê-se um crescimento de 4%) e França (3,8%), ao contrário da Holanda, que deverá mesmo assistir a uma quebra à volta dos 5,7%, ou do Reino Unido, com menos 4,9 pontos percentuais.
É interessante verificar que em 2017 as estimativas iniciais do Observador Cetelem Automóvel apontaram para um crescimento do mercado na ordem dos 6,4 pontos percentuais, para posterior revisão em alta, de 8% indo ao encontro dos dados veiculados pela ACAP, que rondam os 7,7%. Fica a dúvida para este ano, assistiremos à mesma situação e o aumento ultrapassará os 3,1%?
Em comparação a 2017, e apesar do crescimento nacional, assiste-se ao abrandamento do ritmo. Afinal, no ano transato a euforia espalhou-se em muitos mercados europeus, e Portugal não escapou. A média europeia foi de 3,7%, em larga medida suportada pela Polónia, com um aumento das vendas de veíulos novos a atingir os 15,4% e da Holanda (caso paradigmático, pois se em 2017 o crescimento chegou aos 13,6%, este ano deverá assistir-se a uma regressão no setor). O Reino Unido era já há um ano o único país com valores negativos na taxa de crescimento, e as perspetivas para este ano não são melhores.
Segundo Pedro Ferreira, Diretor Automóvel do Cetelem, “o setor automóvel nacional parece estar em comunhão com a economia do nosso país, dado que, depois do forte e surpreendente crescimento de 2017, para este ano as estimativas apontam para sinais de um crescimento alinhado com o da economia. Ainda assim, é de realçar que Portugal continua entre os Estados europeus onde o setor automóvel demonstra maior vitalidade. Verifica-se uma estagnação nas vendas um pouco por toda a Europa, e a verdade é que teremos a terceira maior taxa de crescimento. Inclusivamente, e se analisarmos à escala global as estimativas para 2018, estas apontam para um aumento na ordem dos 2%, menos 0,8 pontos percentuais que no ano transato. Ou seja, também aí Portugal estará acima da média”.
Numa análise à taxa de compra das famílias em 2017, os números do Observador Cetelem calcularam os valores em 8 países (França, Itália, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Bélgica-Luxemburgo e Portugal). Este valor junto das famílias nacionais foi de 2,5%, menos 1,1 pontos percentuais que a média do estudo. Ainda no caso do nosso país, verifica-se que a quota de particulares no que concerne a novas matrículas foi de 46% (um 1% acima da média dos 8 países analisados).
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