levando-as à morte está já na fase de testes em seres humanos. A
pesquisa foi destaque na edição mais recente da revista “Nature” e
promete ser uma arma poderosa contra o cancro, embora os especialistas
alertem para o facto de, muitas vezes, os testes bem sucedidos em
laboratório, falharem na fase de testes em humanos.
A capacidade de se dividirem indefinidamente permite às células cancerígenas crescerem e espalharem-se pelo corpo. Mas, de acordo com estudos realizados em ratos, o bloqueio de um gene chamado Skp2 força essas células a iniciar um processo de envelhecimento conhecido como senescência. Esse processo ocorre, por exemplo, quando o corpo tenta livrar-se de células da pele danificadas pela exposição excessiva ao sol.
A equipa do Centro M. D. Anderson da Universidade do Texas e do Centro Oncológico Sloan-Kettering (EUA) usou ratos geneticamente modificados que desenvolveram uma forma de cancro da próstata para testar o efeito deste gene no tratamento da doença.
Em alguns deles, os cientistas tornaram inativo o gene Skp2. Quando os ratos atingiram seis meses de vida, eles descobriram que os portadores de Skp2 inativo não desenvolveram tumores, ao contrário dos outros ratos da pesquisa.
Ao analisar os tecidos de nódulos linfáticos e da próstata, descobriram que muitas células tinham começado a envelhecer e notaram uma lentidão na divisão de células. Já nos ratos com a função normal do Skp2 isso não aconteceu.
O medicamento, que está a ser desenvolvido pela Takeda Pharmaceutical, está na primeira fase de testes clínicos em seres humanos. Essa etapa abrange um pequeno grupo de voluntários para avaliar os principais efeitos colaterais e definir a dosagem segura.
Os investigadores alertam, no entanto, que muitos dos sucessos alcançados em ratos durante as fases de laboratório não reproduzem os mesmos resultados em humanos. E mesmo que o processo seja bem sucedido, ainda serão necessários muitos anos de testes para que este tratamento se torne um recurso em tratamentos clínicos.