por redação
Luani Costa, da Universidade do Minho, irá receber o primeiro prémio do concurso “Estruturas Têxteis para Novas Construções”, na reputada Techtextil 2017, Feira Internacional de Têxteis Técnicos e Fibras, em Frankfurt, na Alemanha. A autora criou um painel inteligente com as propriedades de uma folha, para aplicar em fachadas e coberturas de construções.
“Estou muito honrada e feliz por ter o meu trabalho reconhecido e poder participar desta forma na maior feira têxtil técnica do mundo”, diz Luani Costa. O projeto nasceu durante o mestrado em Construção e Reabilitação Sustentável da UMinho e resolve alguns problemas da indústria da construção, um dos setores que mais polui e gasta energia. Só as fachadas implicam 40% da perda de calor no inverno e aquecimento excessivo no verão. Para evitar este tipo de casos, Luani Costa fez um painel com flexão ativa e membranas têxteis multifuncionais, que replicam a forma e as caraterísticas da folha, como a autolimpeza (repele a água), a mudança de cor e emissão de luz (tem polímeros crómicos e luminescentes) e a capacidade de gerar eletricidade.
Com a aplicação de células solares orgânicas na superfície, pode-se aproveitar a luz solar para produzir energia elétrica de um modo eficiente na estrutura do painel. “Procurei também replicar a fotossíntese feita pelas folhas, entre outros aspetos”, diz a arquiteta, que se inspirou na natureza e na capacidade de modificação das folhas das plantas, que têm grande diversidade de formas, cores e tamanhos. Além disso, o projeto “adapta-se facilmente às condições ambientais, como chuva, vento e incidência solar, e às necessidades do utilizador, pois o comportamento flexível dos materiais permite um melhor desempenho funcional”. O conceito já foi testado no Paço dos Duques, em Guimarães.