Todos os dias 300 mil pessoas atravessam, de carro ou comboio, a Ponte 25 de Abril. Há 50 anos, esta ligação transformou para sempre o tecido urbano das duas margens do Tejo.
Todos os dias 300 mil pessoas atravessam, de carro ou comboio, a Ponte 25 de Abril. Há 50 anos, esta ligação transformou para sempre o tecido urbano das duas margens do Tejo. Para o ano, este marco da engenharia portuguesa vai ganhar um Miradouro único no país e um Centro Interpretativo.
“Eu sou tripeiro e portista mas a minha ponte preferida, em Portugal, é a ponte 25 de Abril”. A confissão é do engenheiro Canto Moniz, reconhecido como o pai da Ponte Salazar, como foi, à época, batizada a Ponte sobre o Tejo.
Esta terça-feira, na apresentação à imprensa do futuro Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, o engenheiro recordou, em declarações ao Boas Notícias, os tempos em que a travessia para a margem sul exigia muito tempo e paciência.
“Quando queríamos ir para às praias do sul, na zona da Arrábida, havia filas intermináveis para apanhar os barcos e atravessar o Tejo. Muitas vezes, no regresso, optávamos por fugir ao trânsito e seguir pela ponte de Vila Franca de Xira e jantávamos por lá”, recorda o engenheiro.
Imagem do rio Tejo e do Cristo Rei antes de serem cruzados pela Ponte 25 de Abril que, este sábado, celebrou 50 anos
Apesar de ser muitas vezes comparada à ponte Golden Gate de São Francisco (EUA), o engenheiro Canto Moniz garante que, apesar da cor e do facto de ambas serem pontes suspensas, estas estruturas são muito diferentes.
“Um dos principais elementos que distingue a Ponte 25 de Abril é o facto de ter sido feita já a pensar na rodovia, o que faz com que seja a ponte rodoferroviária com o maior vão suspenso da Europa”, salienta o engenheiro.
Foi em Junho de 1999 que inaugurou o comboio na Ponte, tal como estava inicialmente projetado. Hoje em dia, a ferrovia sobre o Tejo regista uma afluência de cerca de 174 comboios por dia.
Centro e Miradouro inauguram em 2017
Com inauguração prevista para 2017, em data ainda a confirmar, o novo Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril vai ser instalado no pilar 7 da Ponte 25 de Abril, em Alcântara.
O espaço vai oferecer um resumo da história da ponte, uma viagem virtual ao longo de 300 mil m3 de betão, uma maqueta suspensa da estrutura envolta num ambiente luminoso de água e, por fim, através de um elevador, o acesso um miradouro panorâmico que será construído à altura do tabuleiro.
O miradouro com vista panorâmica será um dos elementos de atração principal do projeto, à semelhança de que acontece noutras estruturas mundialmente conhecidas, como a Golden Gate Bridge (EUA).
A ponte que une o norte e o sul
Presente no evento onde foi feito o anúncio oficial do futuro Miradouro e Centro Interpretativo, o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, sublinhou a “relação afetiva que todos os portugueses têm com a Ponte 25 de Abril, a ponte que nos une”.
O ministro recordou que à “data da sua inauguração esta era a maior ponte metálica da Europa e quinta a nível mundial”, apontando esta ligação como um fator de “coesão territorial entre o norte e o sul que aproxima as pessoas e a economia”.
O novo projeto, a inaugurar em 2017, é resultado de uma parceria entre as Infraestruturas de Portugal, a Câmara Municipal de Lisboa, a Associação Turismo de Lisboa e a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa. A gestão do equipamento ficará da responsabilidade da Associação Turismo de Lisboa.
Comentários
comentários