E de facto parece que, nos últimos anos, o "resto do mundo" descobriu Lisboa. Esta nova vaga dos Descobrimentos (que agora são ao contrário, já que é para Lisboa que vem o fluxo do mundo) acompanha a "onda de criatividade e otimismo que paira sobre a cidade", diz Steve.
Em Lisboa "caminhamos sobre luz"
"Lisboa brilha. Caminhamos sobre luz. Isto não é uma força de expressão. É uma questão de factos, de ciência. As sete colinas onde a cidade assenta formam um anfiteatro natural que recolhe e reflete luz", garante o cronista.
Entre os destaques que Steve King faz de Lisboa incluem-se as cores pombalinas dos edifícios da capital, a atitude dos habitantes e até a variedade tipográfica que se encontra nas suas ruas: "Lisboa é um museu vivo de tipos de letra. Um safari de estilos tipográficos em tinta, em néon, gravados em vidro".
A ginginha do Rossio, bem como o típico "ambiente vivo" ao redor da estação, também merece destaque no artigo.
King relata ainda que conheceu D. Duarte de Bragança, pretendente ao trono de Portugal, que comparou com William Faulkner. "Com a sua insistência firme, mas educada, sobre o papel da sua família na vida da nação, ele lembrou-me, também, da observação de Faulkner que, para algumas pessoas em alguns lugares, o passado nunca morre – não é sequer passado".
"Beleza extraordinária"
Em termos de hotelaria, o autor recomenda o Hotel Valverde, a Pousada de Lisboa e o Pestana Palace, entre outros. Já para comer e beber, as recomendações passam pelo restaurante Belcanto e pela vida noturna do Cais do Sodré. Para compras, a sugestão é visitar as lojas A Vida Portuguesa e a Conserveira de Lisboa.
"Não me recordo de outra cidade que mereça mais atenção", conclui o autor esperando que "a moda de Lisboa dure muito tempo" e "que por muito tempo a cidade veja a sua beleza extraordinária refletida nos olhos dos outros. Que por muito tempo se alegre, à sua maneira modesta, no seu próprio brilho inimitável".