A investigação, publicada no último número da revista internacional Virus Research, foca-se na Enterobacter cloacae, uma bactéria associada a infeções urinárias que tem sido tradicionalmente controlada por antibióticos. A equipa conseguiu eliminar as bactérias através de terapia fágica, um método que recorre a vírus específicos (denominados fagos) para destruir bactérias.
A ideia, agora, é testar a abordagem com outras bactérias. O sistema não é prejudicial para o ser humano, é mais barato do que aplicar antibacterianos e permite ao vírus sobreviver por longos períodos de tempo.
“Outras bactérias similares, resistentes ou não a antibióticos, causadoras tanto de infeções urinárias como de outro tipo, poderão ser eliminadas através desses vírus isolados especificamente para o efeito. No futuro o paciente poderá receber o tratamento fágico por administração epidémica ou via oral”, explica a equipa em comunicado.
Além disso, se as bactérias que causam a infeção desenvolverem resistência, será fácil identificar e isolar novos fagos no ambiente.
“Esta tecnologia, que desativa tanto bactérias resistentes a antibióticos como bactérias não resistentes, pode ser uma alternativa aos antibióticos, nomeadamente quando as bactérias que causam a infeção são resistentes aos antibióticos”, complementa a investigadora.