O projeto português "Lata 65", que tem envolvido vários idosos em 'workshops' de arte urbana com o propósito de quebrar estereótipos, mereceu, recentemente, o destaque do site de notícias norte-americano Huffington Post.
O projeto português “Lata 65”, que tem envolvido vários idosos em 'workshops' de arte urbana com o propósito de quebrar estereótipos, mereceu, recentemente, o destaque do site de notícias norte-americano Huffington Post, que elogiou os “fantásticos” trabalhos feitos nas ruas lisboetas por estes 'graffiters' de cabelos brancos.
A publicação conta que a capital portuguesa é uma cidade onde a arte urbana é muito popular, explicando que esta iniciativa nacional foi criada com o objetivo “de ajudar os seniores a compreender e a apreciar a 'street art', bem como de contribuir para pôr fim aos estereótipos da idade”, integrando os mais velhos na comunidade artística.
O Huffington Post falou mesmo com Lara Rodrigues, fundadora do programa desenvolvido em parceria pelo Coworklisboa e o Wool – Festival de Arte Urbana da Covilhã, que disse ao site que “as pessoas não estão habituadas a ver séniores a pintar paredes ou não imaginam, sequer, que eles podem ter interesse na arte urbana e em experimentá-la”.
Em declarações à publicação norte-americana, a responsável revelou ainda que o programa já ajudou mais de 100 idosos com idades entre os 63 os 94 anos a envolver-se na comunidade artística e, simultaneamente, a entender o significado dos 'graffitis' espalhados por toda a cidade, adiantando que os 'workshops' vão continuar.
Para o Huffington Post, os trabalhos destes idosos são a prova de que “nunca se é velho demais”. “Costumo dizer que as latas de 'spray' contêm algo mágico que não sou capaz de explicar. Todos gostam de as experimentar e os mais velhos não são exceção”, garantiu Lara Rodrigues.
Arte urbana como contributo para o envelhecimento ativo
O projeto “LATA 65” apresenta-se como “um 'workshop' ministrado em ambientes de trabalho totalmente descontraídos, ideais para a aprendizagem das mais variadas técnicas de intervenção nas ruas, em trabalho direto com alguns dos melhores artistas urbanos da atualidade”, esclarecem os mentores da iniciativa na sua página oficial do Facebook.
Além de “demonstrar que a idade é (apenas) um número”, a iniciativa ambiciona “aproximar os menos jovens de uma forma de expressão habitualmente associada aos mais novos, provar que conceitos como o envelhecimento ativo e a solidariedade entre gerações fazem cada dia mais sentido e demonstrar que a arte urbana tem o poder de fomentar, promover e valorizar a democratização do acesso à arte contemporânea”.
“Após o primeiro workshop e demais acções realizadas com o grupo original, confirmámos que: é possível e desejável despertar, motivar e entusiasmar os mais idosos através da arte urbana e que é desejável apresentar a estas gerações, novas atividades, novas técnicas, ditas dos mais jovens, como forma de escape e quebra de rotinas, gerando qualidade, jovialidade e bem-estar nas suas vidas”, defendem os responsáveis.
Clique AQUI para aceder ao artigo publicado no Huffington Post (em inglês) e AQUI para saber mais sobre este projeto.
Notícia sugerida por Maria Pandina