No dia 23 de Maio de 1179 o Papa Alexandre III emitiu a bula “Manifestis Probatum” que reconheceu oficialmente Portugal como um reino independente. Na realidade, esta bula apenas validou o Tratado de Zamora, assinado a 05 de Outubro de 1143 em Zamora, por Afonso VII, rei de Leão, e por D. Afonso Henriques, onde já se assumia a independência do Condado Portucalense.
D. Afonso Henriques, que sempre lutou pela independência do Condado Portucalense, combateu as tropas da própria mãe em 1128, na Batalha de S. Mamede, saindo vencedor. Depois de alguns anos de tréguas com a Galiza, foi assinado o Tratado de Zamora que o papa reconheceu.
“Concedemos e confirmamos por autoridade apostólica ao teu excelso domínio o reino de Portugal com inteiras honras de reino e a dignidade que aos reis pertence, bem como todos os lugares que com o auxílio da graça celeste conquistaste das mãos dos sarracenos e nos quais não podem reivindicar direitos os vizinhos príncipes cristãos”, refere a bula (imagem acima).
Este documento histórico, redigido em latim, ainda existe e está guardado na Torre do Tombo, Lisboa, onde pode ser consultado. A partir desse dia, D. Afonso Henriques passou a ostentar o título de rei de Portugal. Na altura, o reino só contava com as terras acima do Tejo, já que os 'mouros' ainda não tinham sido expulsos do sul do país.
Com o apoio de cruzados do norte da Europa, Afonso Henriques conquistou Lisboa em 1147 e prosseguiu, desde aí, as conquistas aos mouros, empurrando as fronteiras para sul, desde Leiria ao Alentejo, mais que duplicando o território que herdara.