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Mulher que nasceu “sem útero” foi mãe de gémeas

Os sonhos de Hayley Haynes caíram por terra quando, aos 19 anos, os médicos lhe disseram que tinha nascido sem órgãos reprodutores e que nunca poderia ter filhos. A britânica conseguiu, porém, desafiar todas as probabilidades.
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Os sonhos de Hayley Haynes caíram por terra quando, aos 19 anos, os médicos lhe disseram que tinha nascido sem órgãos reprodutores e que nunca poderia ter filhos. A britânica conseguiu, porém, desafiar todas as probabilidades e acaba de ser mãe de duas meninas graças a uma terapia hormonal.
 
Foi a ausência total de menstruação que levou Hayley Haynes ao consultório médico, mas só depois da realização de múltiplas análises e exames a jovem, natural de Bedford, em Inglaterra, soube o que se passava: não tinha útero, ovários ou trompas de falópio já que, embora fosse mulher, tinha cromossomas sexuais masculinos.
 
“Quando me disseram que não tinha útero fiquei muito confusa. O meu maior medo era não poder ser mãe e, subitamente, uma enorme parte da minha vida ficaria em falta”, recorda em entrevista ao jornal britânico Mirror, admitindo que não se sentia “plenamente mulher”.
 
Tudo mudou, no entanto, quando, em 2007, um especialista do Royal Derby Hospital descobriu que, afinal, o diagnóstico anterior não era correto e que os médicos tinham deixado escapar um minúsculo útero presente nas ecografias que a jovem tinha realizado.
 
“Só tinha uns milímetros, mas era um começo. [O médico] tinha esperança de que pudesse crescer e, ainda que não pudesse engravidar naturalmente, havia a possibilidade de fazer fertilização 'in vitro'”, conta Hayley.
 
A britânica foi, então, submetida a um amplo programa de tratamento hormonal para equilibrar os níveis de estrogénio e progesterona no seu organismo e para criar as condições ideais para o crescimento do útero e, cinco anos depois, estava pronta para engravidar.
 
Hayley e o companheiro, Sam, tiveram, contudo, de enfrentar ainda um outro obstáculo: a recusa do sistema de saúde britânico de financiar o tratamento. O casal decidiu, então, voar milhares de quilómetros e apostar metade das poupanças (cerca de 14.000 euros) na realização de um tratamento numa clínica no Chipre.
 
“Estava muito nervosa. Só tínhamos uma hipótese e sabia que não teríamos capacidade de fazer tudo de novo. Queria desesperadamente ser mãe e se não houvesse óvulos viáveis ou o procedimento não fosse bem-sucedido ficaria devastada”, lembra a inglesa. 
 
Dez dias depois da intervenção, Hayley fez, finalmente, o teste de gravidez e o resultado foi o mais desejado. “Espreitei para o teste e vi que tinha dado positivo. Mal pude conter a alegria”, confessa. 
 
Mas a maior surpresa ainda estava para vir: quando fez a primeira ecografia, às seis semanas, descobriu que estava à espera não de um, mas de dois bebés. As gémeas Avery e Darcey nasceram na véspera de Natal e Hayley concretizou, finalmente, o sonho de ter uma família. 
 
“A Darcey e a Avery são as meninas mais bonitas do mundo. Gastámos muito nestas bebés e não são apenas as nossas carteiras que estão vazias – estamos emocionalmente exaustos. Contudo, faria tudo de novo por um carinho das minhas filhas”, admite a jovem mãe. 

Caso é “fantástico”, diz especialista
 

Em entrevista ao Mirror, Geetha Venkat, médica de uma clínica de fertilidade em Londres, afirma que o caso de Hayley Haynes é “fantástico”.”Normalmente, o estrogénio – hormona feminina – ajuda ao crescimento do útero”, explica a especialista.

“Ela tinha falta dessa hormona, recebeu-a e teve sorte por ter nascido com um útero minúsculo. A tecnologia tornou tudo isto possível e é verdadeiramente uma história fantástica”, sublinha a médica.

Notícia sugerida por Maria da Luz

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